tag:blogger.com,1999:blog-55386887257045275732024-03-12T16:12:46.867-07:00Cartas portuguesasEste blog destina-se a veícular informação diversa -fontes históricas, documentos bibliográficos e iconográficos - indispensável para o reconhecimento da autenticidade portuguesa das "Lettres Portugaises traduites en françois", A Paris, Chez Claude Barbin, MDCLXIX.Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-11350059828760450042013-10-19T04:22:00.000-07:002013-10-19T04:25:37.895-07:001925 edição de luxo Cartas Portuguesas<a href="https://www.facebook.com/leonel.borrela/media_set?set=a.10200658559418547.1073741827.1597421843&type=1">https://www.facebook.com/leonel.borrela/media_set?set=a.10200658559418547.1073741827.1597421843&type=1</a>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-49455559737215156452013-05-10T15:13:00.001-07:002013-05-10T15:17:40.840-07:00Mais um filme, francês, dedicado ás Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado 2013<a href="http://fr.ulule.com/les-lettres-portugaises/">http://fr.ulule.com/les-lettres-portugaises/</a><br />
<br />
<a href="http://cinema.jeuxactu.com/film-les-lettres-portugaises-film-2013-45888.htm">http://cinema.jeuxactu.com/film-les-lettres-portugaises-film-2013-45888.htm</a>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-65533255530325125222012-10-27T13:22:00.000-07:002012-10-27T13:22:33.315-07:00<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">A importância do
património cultural português e o relativo desconhecimento público do Museu
Regional de Beja<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Há 35 anos que “habitamos”, como funcionário público, o Museu Regional de
Beja. Nove anos antes já o conhecíamos: o edifício, o espólio e os seus
funcionários. Não nos recordamos de cada dia passado na instituição
museológica, mas organizámos uma espécie de mensário dos acontecimentos que
mais nos marcaram ao longo de pouco mais de quarenta anos. Integram esta
memória dezenas e dezenas de conversas e observações, mais ou menos
interessantes, umas com questões bem pertinentes às quais parcialmente se deu
resposta adequada, outras, envolvendo, por um lado, emoções fortes e, ainda
outras, por outro lado, situações bastante divertidas, quer relacionadas com o
funcionamento interno do próprio museu – aspectos que não abordaremos neste
momento, por razões óbvias - quer com os
turistas nacionais e estrangeiros, cujas visitas nos merecem alguma
discriminação pelo seu significado especial. Destas, seleccionámos somente
quatro pelo seu cariz singular.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Certo dia, um casal brasileiro, professores de meia-idade, ficou
escandalizado com o que considerava uma lacuna grave na sala de recepção do
museu. “Faltava” um retrato do fundador de Portugal, D. Afonso Henriques!,
“muito mais importante para Beja do que os dois retratos dos seus primeiros
duques”, dizia o senhor, ambos desconhecendo que os infantes D. Fernando e Dª
Beatriz, tinham sido os fundadores do convento da Conceição (1459), onde,
afinal, o museu se encontra hospedado desde 1927. Após tudo ser muito bem
explicadinho, lá saíram satisfeitos com o museu e com a cidade, embora D.
Afonso Henriques não lhes saísse da cabeça. Precisavam mesmo de ir a Guimarães!
Ainda os avisei de que lá, só a estátua…</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Noutro dia, um senhor português, engenheiro, mostrou-se muito preocupado
com a “barriga” algo proeminente, aspecto que ainda apresenta, da parede da
frontaria da igreja da Conceição, a que fica virada para o Largo dos Duques:
“Cuidado! Aquilo um dia atinge o ponto de ruptura e vem tudo por aí abaixo.”
Descansámo-lo e levámo-lo a ver, no cimo do exterior da capela-mor, uma
escultura de mulher, em trabalho de parto, desde há quinhentos anos - e o bebé
sem sair e o ventre sem ceder… e ele, de tão preocupado, a rir, a ver, a rir
até mais não puder! – Como vêem também há quem se divirta, uns com as
preocupações dos outros e estes com as respostas daqueles. Nunca mais nos falou
em fissuras, mas, um dia destes, andava raladíssimo com a Torre de Menagem do
castelo de Beja e aconselhei-o, mais uma vez, a ir ver a barriguinha que não
cede, no convento da Conceição. Gargalhadas!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Há um recanto, no fim do segundo piso do museu, onde se reintegrou há
algumas dezenas de anos a célebre janela de soror Mariana Alcoforado
(1640-1723), uma das freiras do convento que ficou famosa pelas cinco cartas de
amor que escreveu a um nobre francês, o marquês de Chamilly. Se para alguns
visitantes lhes basta olhar e espreitar pela janela, praticamente sem lhe
tocarem, para outros, isolados ou em grupo, como os japoneses, não é bem assim,
conforme vimos várias vezes. Para este povo do sol nascente, é essencial tocar nas grossas
grades de ferro, se possível, em silêncio, meditar um pouco e sentir igualmente
o frémito de emoção que trespassou o coração de Mariana quando, à janela, viu
pela primeira vez passar às Portas de Mértola, em Beja, o garboso cavaleiro
francês. Tocar na grade, será o mesmo que sentir mais próximo de si, até dentro
de si, o que ia na alma da desditosa freira bejense, quando escreveu aquelas
cartas tão desmesuradamente apaixonadas e, o povo japonês, conhece bem, através
da sua própria História, a procura incessante do amor comovente, desencontrado e
louco, entre Hisamatsu e Osome. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Houve visitas guiadas e tocantes, como a de um pequeno grupo de
visitantes portugueses, vindos do Porto, a quem explicámos da melhor maneira
possível a diferença entre a colecção de pintura primitiva portuguesa dos
séculos XV e XVI – mais colorida, mais mística, associada às escolas da
Flandres e de Itália, ao sucesso das descobertas marítimas e a uma corte de
gente culta, entre outros aspectos - e a
espanhola, do século XVII – reflexo da perda da independência de Portugal face
a Espanha, do absolutismo monárquico, da Inquisição, do Índex, da arte tenebrista
e naturalista, de feição barroca, como a de Ribera, de forte intensidade
dramática, etc. Pretendíamos valorizar, por outras palavras menos ouvidas, uma
parte da pinacoteca do museu e, sinceramente, ainda hoje ignoramos a
profundidade do que tentámos transmitir. Ficou-nos, a nós e aos visitantes, um
estranho carpido nas gargantas e nada mais houve a dizer senão olharmos uns
para os outros e silenciarmos uma situação invulgar. A empatia emocional de um
grupo inteiro por uma frase, por um quadro ou por uma sala onde pudemos sentir,
de um lado, a alegria e a esperança, e, do outro, a tristeza e o desespero.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ndkoVz0WOf2rMedeYfVVLJ2rP7w3D2tq9AZqRAI78ua16ivSQWn23nmbix0K3rm4chroGvlxKQDkIJWljd0OfJ6FRvRVDafOxe2yKBDVhIXFYCWE4BBYFyVOC1Btw9E4P8pgvVhLg3vO/s1600/postal+museu+1960+carimbos+LBorrela+2009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ndkoVz0WOf2rMedeYfVVLJ2rP7w3D2tq9AZqRAI78ua16ivSQWn23nmbix0K3rm4chroGvlxKQDkIJWljd0OfJ6FRvRVDafOxe2yKBDVhIXFYCWE4BBYFyVOC1Btw9E4P8pgvVhLg3vO/s320/postal+museu+1960+carimbos+LBorrela+2009.jpg" width="206" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Leonel Borrela</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Nota: Este texto foi especialmente escrito para os meus amigos do
facebook e vamos colocá-lo previamente no nosso blogue sobre Mariana Alcoforado
<a href="http://lettres-portugaises.blogspot.com/">http://lettres-portugaises.blogspot.com</a>
.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Esperamos que todos entendam o verdadeiro significado do título. Haverá
sempre outras oportunidades para abordarmos estes e outros assuntos. O Museu Regional
e a História da cidade de Beja afinal são parte indispensável da nossa vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O postal que anexamos é de 1960 e mostra uma das galerias – a quadra do
Rosário – do claustro do extinto convento de Nª Sra. da Conceição onde funciona
o Museu Regional de Beja. Elaborámos os carimbos dos CTT para a Comemoração, em
2009, dos 550 anos da fundação do convento. </div>
Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-49095877604943110332012-07-12T23:46:00.001-07:002012-07-12T23:46:31.259-07:00Nothingandall: Cartas Portuguesas - Soror Mariana Alcoforado<a href="http://nothingandall.blogspot.pt/2006/04/cartas-portuguesas-soror-mariana.html">Nothingandall: Cartas Portuguesas - Soror Mariana Alcoforado</a> <a href="http://lettres-portugaises.blogspot.com/">http://lettres-portugaises.blogspot.com</a>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-89088877673959088952012-07-11T17:20:00.000-07:002012-07-11T17:22:36.982-07:00soror mariana alcoforadoCalandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-81160881764598246372012-06-08T17:39:00.000-07:002012-06-08T17:39:17.875-07:00Antes desta peça de teatro ser representada por Myriam Cyr, a encenadora inglesa Lisa Forrel passou por Beja - cidade de onde é natural Mariana Alcoforado - conhecemo-nos, trocámos algumas impressões sobre as Lettres Portugaises e falámos também da escritora e romancista luso-americana Katherine Vaz, autora de "Mariana" e com a qual tínhamos maior afinidade. Aquando da representação da peça na Broadway, em New York, as três senhoras reuniram-se e falaram de Beja, da Mariana, da nossa colecção bibliográfica sobre as Cartas de Amor, e Lisa Forrel enviou-me um postal do cartaz da peça. Foi mais um dia feliz.<br />
<br />
<a href="http://cultureproject.org/highlights/cartas-love-letters-portuguese-nun/">http://cultureproject.org/highlights/cartas-love-letters-portuguese-nun/</a>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-23276957554218840112011-11-05T17:44:00.000-07:002011-11-05T17:44:30.742-07:00José Agostinho de Macedo e as "Lettres Portugaises"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjveWMIHrQHZCkeiqEZOg1uEOiDungWktyZ3sml3VO-nzGldVg4Oz-m_LoyUYbT__V0K0KXqiHuyf5nlze-3COTyAL9sbWEaxvbnBZnq1Aztu_9q6va6too93NsvKoib6lEyTTdSC3tNnS9/s1600/retrato+J+A+Macedo+p160+pinheiro+chagas+1903+vol8.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjveWMIHrQHZCkeiqEZOg1uEOiDungWktyZ3sml3VO-nzGldVg4Oz-m_LoyUYbT__V0K0KXqiHuyf5nlze-3COTyAL9sbWEaxvbnBZnq1Aztu_9q6va6too93NsvKoib6lEyTTdSC3tNnS9/s400/retrato+J+A+Macedo+p160+pinheiro+chagas+1903+vol8.jpg" width="295" /></a></div>
José Agostinho de
Macedo – I<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
José Agostinho de Macedo (11/09/1761 - 02/10/1831), natural de Beja,
faleceu em Lisboa, onde tinha professado, em 1778, na Ordem dos Eremitas de
Santo Agostinho, à Graça. Dado o seu espírito ainda jovem e irrequieto, nada
adequado às normas da Ordem, e, ainda por cima, acusado e condenado pela
justiça como autor de várias acções criminosas, como ladrão e frequentador de
locais de prostituição - suspeições ainda por averiguar convenientemente, para
que a verdade histórica seja reposta com justiça - foi expulso quatro anos depois, considerando-o,
os seus superiores, contumaz e incorrigível. Dispensado dos votos monásticos,
torna-se um pregador notável para o seu tempo. Membro da Nova Arcádia, inimigo
da Revolução Francesa (1789), portanto dos jacobinos, integrou mais tarde a
Arcádia de Roma adoptando o pseudónimo de Elmiro Tangideu. Escreveu bastante,
sobrepondo-se, na sua vasta obra, os textos políticos, defensores do regime
absolutista contra os liberais, e a poesia épica, no “género” da dos Lusíadas.
Bocage e Almeida Garrett foram alvo da sua natureza polémica e permanentemente
descontente. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O historiador e político Oliveira Martins <span style="font-family: Arial; font-size: 10pt; line-height: 150%;">(1845-1894)</span>, na sua obra
“Perfis”, de 1886 (editada postumamente em 1930), teceu algumas considerações importantes sobre
a vida e a obra do incompreendido “foliculário, […] fundador entre nós do
jornalismo político, com o Desengano, com a Tripa Virada e com a Besta
Esfolada, de que chegavam a tirar-se quatro mil exemplares! […] Os tempos
tormentosos da passagem dos séculos XVIII para o XIX, com o esboroar de todas
as coisas, desequilibraram o pensamento e o carácter desse homem poderoso, cuja
força se perdeu num dilúvio de vulgaridades, numa indigesta montanha de
folhetos, de jornais, de sermões, de cartas, de poemas e de versalhada,
medíocre, mas espantosa, pela quantidade – um Himalaia, de calhaus rolados! […]
Elmiro, com a batina desabotoada, as ventas largas cheias de rapé, abordoado a
uma bengala, membrudo, violento, ossudo, desbragado, dava murros no balcão
gorduroso dos Bertrands, ao Chiado, enchendo Lisboa com o estrépito das suas
polémicas e com a fama da sua vida airada.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Andava amancebado com uma freira de Odivelas; passava as noites em
arruaças e bebedeiras. Acusavam-no de ter furtado livros da livraria dos
Paulistas, o que provavelmente era calúnia.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Fabricava poemas: O Oriente, o Gama, A Meditação, Newton, A Natureza,
para não falar nos Burros, traduzindo numa linguagem friamente convencional,
sem génio, sem colorido, as sensaborias banais do racionalismo naturalista do
tempo. Fazia comédias, pregava sermões. Ensaiava o drama burguês moderno,
inventado por Diderot, com a Clotilde e o Vício sem Máscara, e alinhavava
dissertações filosóficas. A sua veia porém, a sua vocação, era a polémica.
Inventou o jornal, nacionalizou o panfleto. Foi o mestre de S. Boaventura,
autor do Mastigóforo, e de Alvito Buela, o autor do Cacete.”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Oliveira Martins finaliza o perfil de José Agostinho de Macedo defendendo
a razão de ser do seu carácter tão singular do seguinte modo: ” apesar da sua
banalidade, da sua monstruosidade cínica, apesar de tudo, foi Alguém. O povo
amou-o, sentiu pelos seus nervos, falou pela sua boca. Porquê? Em primeiro
lugar, porque o povo português, enervado por três séculos de decomposição,
estava retratado na figura do padre. A força que ainda tinha esvaía-se toda em
pedir arrocho, e em arrastar os cacetes apostólicos pelas portarias dos
conventos e pelas vielas imundas das marafonas, cambaleando ébrio de cólera, e
também de vinho frequentemente. Mas, em segundo lugar, a razão é outra. Dois
homens podem entender-se para praticar uma traficância; muitos, é difícil –
todos, nunca. Um povo pode ser cínico, mas não pode ser patife. Há sentimentos
exclusivamente individuais, e a patifaria é um desses. Se um povo pratica
acções criminosas, é porque perdeu a consciência do que seja crime. O povo é
sempre sincero.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A sinceridade, eis aí o segredo de José Agostinho; a franqueza foi a sua
força; o desinteresse, a origem do seu prestígio. O cinismo desbragado, isto é,
a sinceridade e a franqueza levadas até à impudência, com aquele desaforo dos
que, não tendo vergonha têm o mundo por si, foram a nota dominante e a
faculdade íntima do polemista que se achou desse modo num perfeito acordo com o
povo. Plebeu, sem perfídias de civilizado, rústico, sem ambages de político,
foi um arrieiro das letras, é verdade, mas não foi um chatim. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Cobiçava a fama, cobiçava a popularidade mais vulgar; mas não cobiçava o
dinheiro, ídolo exclusivo dos dias de hoje [Oliveira Martins dizia isto no
final do século XIX e, hoje, ultrapassado o século XX, o dinheiro não continua
a ser o mote da canção de embalar dos políticos e dos oportunistas?] . Viveu
sempre quase mendigo. As letras e o púlpito davam-lhe apenas para não morrer de
fome. Era, a valer, o tipo do demagogo antigo ao lado de D. Miguel que
reproduzia a imagem dos velhos tiranos lacedemónios do Peloponeso ou da
Sicília. Além disso, levava sobre os dias de hoje e sobre os nossos
foliculários outra vantagem: as suas verrinas não eram postiças, convencionais.
Havia ódios, o que não deixa de ser um bem quando há antagonismos
fundamentados. A imprensa não era ainda uma comédia representada para ilusão da
galeria. Quando se jogavam injúrias, arriscavam-se facadas e tiros. Era sério. Finalmente,
havia uma outra vantagem, se comparamos a Besta esfolada às Tripas viradas dos
dias de hoje: é que as injúrias inflamantes, os insultos obscenos, as verrinas
descompostas, dirigiam-se a um partido odiado que, de resto, pagava na mesma
moeda, em vez de se dirigirem como hoje, que tudo são questões de pessoas, a
fulano ou sicrano, portadores, quando muito, de uma individualidade incómoda ou
de um interesse cúpido. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Estudando comparadamente o jornalismo português com meio século de
intervalo, vemos que a tradição de José Agostinho se mantém nuns pontos e se
oblitera <st1:personname productid="em outros. Oxal£" w:st="on">em outros.
Oxalá</st1:personname> seja para melhor!”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Nas suas “Cartas filosóficas a Attico” (edição da Impressão Regia de
Lisboa, de 1815), Macedo desenvolve, entre muitos outros temas de carácter
militar, político, social, religioso, cultural e económico, o tema do
provincianismo segundo a sua vertente do patriotismo. Tudo para impressionar
uma das suas novas paixões, uma freira Trina… a dado passo, até julgamos que se
refere a uma religiosa portuguesa, provinciana, também de Beja, que tem dado
que falar. Ilusões do gosto e do nosso ofício, sem dúvida. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Leonel Borrela</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Publicado no jornal Diário do Alentejo em 17 de Agosto de 2007.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p> </o:p><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;">José Agostinho de
Macedo – II</span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Como vimos, José Agostinho de Macedo (11/09/1761 - 02/10/1831), natural
de Beja, foi o grande polígrafo dos começos conturbados do século XIX
português. Nas suas “Cartas filosóficas a Attico” (edição da Impressão Regia de
Lisboa, de 1815), desenvolveu, entre muitos outros temas de carácter militar,
político, social, religioso, cultural e económico, o tema do provincianismo
segundo a sua vertente do patriotismo e enalteceu também, a seu modo, as virtudes
intelectuais da mulher. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJGypn2kwbHdYTEJPqQuQo6ogJmZF-EQJZcRobRFQAj_MWpl5zR3_2lTXruuY9PJP2uRB31duCY3-KrIU8hbPIbyFqhLEiI72PSLqsENBiq-Puk4-j1pCWHX-3pFAO0cBqe9HTyhJe1nPC/s1600/FRONTISPICIO+CARTAS+ATTICO+1815.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJGypn2kwbHdYTEJPqQuQo6ogJmZF-EQJZcRobRFQAj_MWpl5zR3_2lTXruuY9PJP2uRB31duCY3-KrIU8hbPIbyFqhLEiI72PSLqsENBiq-Puk4-j1pCWHX-3pFAO0cBqe9HTyhJe1nPC/s320/FRONTISPICIO+CARTAS+ATTICO+1815.jpg" width="214" /></a>As suas vinte e sete Cartas foram escritas para impressionar uma das suas
novas paixões, uma freira Trina (ver página inicial da dedicatória), D. Joanna
Thomazia de Brito Lobo de S. Paio, natural de Moura, “sua Pátria”, a qual não
deve ser privada de “uma gloria que é sua, que é nossa, que é do Reino, e a sua
ilustre Religião<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Leonel%20Borrela/Ambiente%20de%20trabalho/ico%20pac%20jose%20agost%20macedo%20I%20e%20II%2017%2024%20agost%202007/ICO%20PAC%20II%20Jos%C3%A9%20Ag%20Macedo%20II.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> de mais um timbre”, […]
que “sabe unir muito bem a virtude e a ciência; e quando é constante esta
união, e esta harmonia, não deve ter clausura o seu nome, nem devem ficar na
sombra do Claustro seus conhecimentos, é justo que veja o mundo ilustrado a
razão com que os admiro, e até a razão com que os invejo. O sentimento delicado
é próprio do seu sexo, é regra dos seus juízos, e poucas vezes se engana, e
nestas ocasiões sentimentais sobre as obras de puro engenho, não leio uma só
carta de V. S. que a não compare, para a preferir, à mais bem lançada de
Sévigné.” (1815, pp inumeradas da dedicatória). </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzubIpOtjYnY2wOImO6uYTdn7A8By0-mwRR6BGCB7Sanykv4EcT8dEmFgCq14otfQO8QOv1klnemmLRuUiP2xJVV40eKTRS1nUOhqS6hAD6-wQpEdASfyfT5PDSJ1Az2Lq4AADaHW1iFF9/s1600/Digitalizar0002.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzubIpOtjYnY2wOImO6uYTdn7A8By0-mwRR6BGCB7Sanykv4EcT8dEmFgCq14otfQO8QOv1klnemmLRuUiP2xJVV40eKTRS1nUOhqS6hAD6-wQpEdASfyfT5PDSJ1Az2Lq4AADaHW1iFF9/s320/Digitalizar0002.jpg" width="232" /></a>A Carta XVI, pp.213 a 230, discorre sobre várias noções de patriotismo e
a noção de grandeza daqueles que vivem nas grandes cidades. Macedo valoriza a
História como repositório de lições que se devem consultar para melhor
orientação dos homens nos seus actos políticos, comerciais e culturais. A dado
passo, referindo o vanglorioso e excessivo patriotismo que se vivia na Atenas
clássica ao ponto de uma “revendona” da praça não reconhecer os literatos
estrangeiros, Macedo narra o seguinte: “Li, não sei em que livro, que
celebrando-se diante de uma matronaça de Paris os olhos formosos, serenos, e
alegres de uma rapariga que tinha nascido longe de Paris, pronunciou gravemente
que ela conhecia aquela rapariga, e que ela confessava que com efeito tinha
bons olhos, mas que eram bons quanto os pode ter bons uma pessoa de Província: não
cito o nome do livro, porque me não lembra, mas posso, meu Ático,
certificar-vos que com efeito li isto com estes meus dois olhos, que não
tiveram a ventura de nascer em Lisboa, mas em Beja, e por isso ficam sendo
olhos Provincianos. […] o que me impacienta é o célebre <st1:personname productid="La Bruyere" w:st="on">La Bruyere</st1:personname>, que, em seus
caracteres feitos para emendar os homens, censura as pessoas que nasceram nas
Províncias, porque não têm polidez, e luzente verniz das que nasceram em Paris.
[…] Contudo, as grandes Cidades terão sempre maiores vantagens, e prerrogativas
que as pequenas, e quem nasce no meio de uma populosa Corte acha de ordinário
com mais facilidades preparados os meios para uma boa educação, e para o estudo
das boas artes e disciplinas. Mas porque vós nascestes em Lisboa, e eu em Beja,
tendes acaso razão de vos entonar, e ensoberbecer pela magnificência publica?
Deveis acaso julgar-vos grande porque Lisboa tem grandes praças, grandes ruas,
grandes Templos, e grandes Palácios? E eu, porque nasci em Beja, devo acaso
reputar-me um mesquinho mal olhado da ventura, porque permanecendo e vivendo
naquele sombrio município Romano, não acordo alvoraçado depois da meia noite
com o estrepido das carruagens que saem do Teatro, ou porque não desperto
sobressaltado de madrugada com o motim dos pregões, e burburinho da gente? E
serão para mim sem sabor os passeios por aqueles extensos e despidos campos,
porque uma onda de povo não me leva em si, e outra me traz contra minha
vontade!”.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Macedo é deveras um atento observador do seu tempo. Julgava que a Pátria
se deveria rejubilar por ser o berço de profundos e exemplares entendimentos,
uma pátria das ciências, das artes úteis e liberais, e não uma pátria que se
gabasse por ter alfaiates caprichosos, cozinheiros exóticos e cabeleireiros mais
elegantes. Também na província era possível encontrar quem tivesse valor, quem
fosse Alguém (como diria mais tarde Oliveira Martins), quem, no fundo, sabia
muito mais do que contava, embora dissesse que já se não lembrava do nome do
livro que lera, livro que era, afinal, o livro consistente, o do verdadeiro
saber, ao qual se resumiam todos os outros: o conhecimento das leituras e das
experiências de uma vida muito atribulada. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Em 1815, quando as “Cartas a Ático” foram editadas, já se conhecia, pelo
menos em Paris, o conteúdo da nota do abade Boissonade, erudito francês, que
trouxe para a ribalta, em 1810, o nome de Mariana Alcoforado como a autora das
“Lettres Portugaises”. As Cartas de Macedo aludem a várias celebridades
femininas como sejam as Mmes. de Stael e de Sévigné, ambas referenciando nas
suas obras literárias as “Lettres Portugaises”, pelo que é muito provável que o
autor tenha conhecido o tema e, até, reconhecido a importância de Mariana,
bejense como ele. Aqueles olhos
bejenses, provincianos, simples e verdadeiros, aliados incondicionais da
paixão, bem poderiam ser os dela…</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Leonel Borrela</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Publicado no jornal Diário do Alentejo em 24 de Agosto de 2007.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Leonel%20Borrela/Ambiente%20de%20trabalho/ico%20pac%20jose%20agost%20macedo%20I%20e%20II%2017%2024%20agost%202007/ICO%20PAC%20II%20Jos%C3%A9%20Ag%20Macedo%20II.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> Este termo, Religião,
escrito assim, ainda em 1815, para qualificar a devoção católica da religiosa,
é muito importante para a análise da autenticidade das Cartas Portuguesas
atribuídas à freira bejense Mariana Alcoforado, pois têm sido vários os autores/opositores
da tese Alcoforadista que o têm apresentado como um termo quase impossível de
utilizar, naquele contexto, por uma religiosa portuguesa no século XVII. </div>
</div>
</div>
<!--EndFragment--><o:p><o:p><br /></o:p><br />
<o:p><br /></o:p><br />
Nota: Adquiri hoje e conclui a leitura da obra de António Mega Ferreira intitulada "MACEDO - Uma biografia da infâmia", recentemente editada pela Porto Editora, Outubro 2011. É um belíssimo trabalho de pesquisa sobre a vida e a obra diversificada do grande polemista bejense e do contexto histórico que o envolve. As imprecisões sobre o aspecto, a história e a localização da casa onde nasceu Macedo, que era uma simples casa de um só piso e não de dois (resultado das obras realizadas, cerca de 1848, por Sousa Porto para a primeira imprensa lito-tipográfica de Beja), portanto, muito menos "nobre" do que o autor julga - na qual não está provado que tenha vivido Jacinto Freire de Andrade, nem vai dar à praça do município bejense - em nada interferem na coerência da obra que examina em pormenor a provável origem alfacinha do truculento padre, a sua relação com os seus contemporâneos, amigos e inimigos, o seu lado mais violento e detestável na política, mas também a sua sagacidade na previsão, por exemplo, das consequências políticas da fuga real para o Brasil, aquando das invasões francesas, assim como a sua ambição em querer ser o melhor, nomeadamente na poesia, a turbulência dos seus amores, etc.. </o:p><br />
Mega Ferreira considera, a p.159 da sua obra, que as "Cartas Filosóficas a Attico" - das quais destacamos na nosso estudo, acima apresentado, alguns excertos da carta XVI - "são do melhor, mais razoável e contidamente argumentativo que saiu da pena de José Agostinho" e que (p.151) se lhe dessem a escolher uma mão cheia de escritos do padre que quisesse levar para uma ilha deserta, desprezaria quase tudo, mas levaria com ele, embrulhados em duas ou três das melhores peças da sua correspondência, e na IV e VII das suas Cartas Filosóficas a Attico (que tratam do belo e do sublime, respectivamente), os quatro volumes in-octavo do Motim Literário, que reúnem fascículos dos Solilóquios dados à estampa em 1811, em entregas semanais. Em suma, levaria a sua autobiografia como já a entendera Teofilo Braga, o retrato do "possante polígrafo e o Homem<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">, de letra e de corpo inteiro."</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">LB</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br /></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br /></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-33162687171390314852011-09-03T07:14:00.000-07:002011-09-03T07:14:05.044-07:00O trabalho de uma escola de Beja, como exemplo de profissionalismo e de dedicação aos alunos <a href="http://cantinhodo6b.blogspot.com/" style="color: #0000cc; text-decoration: underline;">http://cantinhodo6b.blogspot.com/</a>. Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-68393701524932437802011-05-30T13:25:00.000-07:002011-05-30T13:25:24.316-07:00Guilleragues`letters?It's incredible how Gabriel Joseph avergne De Guilleragues is still considered the author of "Lettres Portugaises" (1668-1669). We know today that the manuscript that you assign the authorship of the letters is flawed and that there are other publications that are improperly assigned. You should consult the "birth of the writer" Alain Viala, French scholar of seventeenth-century records and their errors and omissions. Antoine Galland, followed the advice of Guilleragues, translating the "Arabian Nights" in 1704. In the memoirs written about Guilleragues, Galland not do it justice, do not you assign the authorship of Portuguese letters. Do not mention them when he praises his patron and mentor. Boileau, the chief of the French poetic satire also does not make you such a compliment, as none of his friends and acquaintances. This is the truth. The letters are Alcoforado Mariana, born in Beja (Portugal) in 1640, a nun of the convent of the Conception, where he died in 1723. <br />
<br />
<br />
France gave Portugal the author of love letters. He wrote that were translated from Portuguese to French language. All contemporary critics have accepted them as Portuguese. Boissonade, French scholar, discovered and disclosed the true name of the nun, Mariana Alcoforado. Portugal did not ask anything. Everything was given by France. <br />
<br />
<br />
<br />
by Leonel Borrela, Portuguese author of a study on the authenticity of the Portuguese lettres.Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-60352393266393347382010-12-02T15:24:00.000-08:002011-06-28T05:45:28.867-07:00Janela de Mértola I e II<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
<br />
A Janela de Mértola I</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">A celebridade da Janela de Mértola ou de soror Mariana Alcoforado advém de uma passagem textual da quarta das cinco cartas de amor dirigidas a Noel Bouton, militar francês, mais conhecido por Chamilly ou marquês de Chamilly (e<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">ste nobre francês é apenas um de entre os muitos milhares de estrangeiros, também ingleses e alemães, que auxiliaram Portugal, por questões de poder e política anti-castelhana, na luta contra o domínio espanhol, entre os anos de 1640 e 1668</span>). </span>A ardente paixão teria ocorrido, já no final da Guerra da Restauração de Portugal, entre os anos de 1666 e princípio de 1668. Durante 1668, Chamilly teria recebido cinco cartas, as únicas que se conhecem e que foram seleccionadas e editadas por Claude Barbin, livreiro parisiense, em Janeiro de 1669, sob o título de “LETTRES PORTVGAISES TRADVITES EN FRANÇOIS”.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">O Convento de Nossa Senhora da Conceição havia sido fundado cerca de 1459 pelos primeiros duques de Beja, os Infantes Dom Fernando e Dona Brites, para albergar religiosas de clausura rigorosa da Ordem de Santa Clara, sob jurisdição franciscana. Edifício de grande porte, foi crescendo, em área e volume, ao mesmo tempo que aumentava a sua população religiosa, atingindo em meados do século XVII mais de duzentas freiras, além de noviças, protegidas, criadas e escravas. Pelos bens materiais que possuía - além de uma nau para serviço particular, entre as várias regiões do continente e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, de onde chegaram a vir toneladas de trigo para Beja, em anos de escassez - o Convento da Conceição foi considerado, por Frei Jerónimo de Belém, um dos mais ricos do país, senão mesmo o mais rico. As encomendas de obras artísticas de pintura mural e de cavalete, escultura e ourivesaria, mármores e talha dourada, azulejaria e tecidos, eram disputadas por uma comunidade aristocrata, poderosa e rica, que não se revia somente na que deveria ser uma humilde Casa do Senhor. Divididas entre os dois “partidos” conhecidos e bem documentados, de S. João Baptista e de S. João Evangelista, competiam com obras e festividades cada vez mais onerosas numa espiral descontrolada que acabaria, drasticamente, por lhes antecipar o fim, reforçado pelo Iluminismo e pelas ideias liberais e republicanas. Em Portugal, extintas as ordens religiosas, desamortizados (secularizados, nacionalizados) os seus bens, procedeu-se, no caso do convento da Conceição, após a morte da última freira, à sua demolição parcial, entre 1892 e 1895, restando actualmente cerca de 35% da área que ocupava e 20% do seu volume arquitectónico. Foi obra! Teria sido totalmente demolido, como já fora o Paço dos Infantes, Duques de Beja, se o bispo de Beja, D. António Xavier de Sousa Monteiro, não tem pensado em adaptá-lo a Sé, como divulgámos em crónica anterior. Era o progresso!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até que enfim, a Janela de Mértola, apeada do seu lugar original aquando das demolições do final do final do século XIX… Já mostrámos anteriormente várias fotos e desenhos dela, mas queremos voltar a relembrá-la deixando algumas ideias, facilmente concretizáveis, aos cuidados das entidades estatais e autárquicas que tutelam o edifício histórico e o museu regional de Beja. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A janela, ou mais propriamente as grades de ferro da janela, facto e símbolo da clausura em que viveram Mariana Alcoforado e todas as religiosas do convento, e por extensão todas as religiosas do país, merece uma atenção diferente da que tem tido até agora. Há pouco mais de sessenta anos, a janela, então reconstituída num recanto do pátio do claustro, na área da antiga lavanda, enquadrava a laje tumular da família dos Alcoforados de Beja, circundada por uma moldura de azulejaria de Manizes. Era uma “salganhada”, própria da época, com o fim de homenagear Mariana – a laje tinha vindo do túmulo familiar que os Alcoforados possuíam na igreja conventual de S. Francisco (actual Pousada), os azulejos quatrocentistas eram do antigo coro baixo da igreja da Conceição. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Abel Viana não acreditava na história amorosa da freira, pelo que a janela pouco lhe dizia… ao contrário de Belard da Fonseca, o primeiro director, interino, do museu, que a defendia de todos os modos, a ponto de escrever o melhor trabalho que conhecemos sobre a autenticidade da autoria portuguesa das Cartas, atribuindo-as, e fazendo coro com outros autores, a soror Mariana Alcoforado (1640-1723). Sob os cuidados de Belard, a janela trasladou do recanto sombrio do claustro para o extremo do longo corredor do 2º piso, a antiga quadra dos Santos, ficando de novo orientada, embora cerca de trinta metros mais recuada, para o local das portas romanas de Mértola. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até aí tudo bem, a janela gradeada já lá está há quarenta anos, vê-se razoavelmente bem do interior, embora só se distinga a grade de ferro a pouco menos de dois ou três metros. O problema consiste numa armação de madeira, colocada, entre a grade e a protecção de vidro, ao que parece com objectivos simbólico-ornamentais, descabidos para o fim em vista que, recordamos, é o de expor a janela com o aspecto mais aproximado que tinha quando se realizaram os levantamentos fotográfico (1890) e desenhísticos, em Fevereiro de 1894. Se, por um lado, a ideia de colocar a janela no local onde se encontra foi boa, infelizmente, por outro, mesmo de muito perto, gera-se a confusão entre a estrutura reticulada dessa armação de madeira e a grade de ferro. A juntar a esta amálgama visual, a própria protecção de vidro também está dividida em várias partes. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como a janela de Mariana ou de Mértola é uma das principais janelas do Alentejo, cartão de visita incontornável do nosso património cultural, através da qual, mesmo assim, tantos visitantes exorcizam os seus males de amor, é urgente que se lhe devolva alguma da sua originalidade, retirando a armação de madeira que a “esconde” e colocando, no exterior, uma placa inteira de vidro por forma a permitir a visão integral da grade, por dentro e por fora. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O desenho é de Rosa Júnior, datado de Fevereiro de 1894, da colecção do Museu Regional, e mostra o aspecto que teria a janela de Mértola, vista de sul para norte, e de baixo para cima, próximo do local de entrada dos serviços municipais do SMAS, na rua Visconde da Boavista; reproduz-se também o frontispício da primeira edição, datada de 1669, das “Cartas portuguesas traduzidas em francês”, da oficina de Claude Barbin. O facto – a janela gradeada – e a fonte de informação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">In <em>Diário Alentejo</em> de 16 de Fevereiro de 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI_cSKsJ5FMe3E9FO0KXK02ImfoXtaHLyjh_iSuCI3THhj8ZKFFV5gtoqUglTC47cAVI0YqRkt-7vGAnUtw5dc22gOVaOEsWI9aRY8fUHYS8589G73dFLIxwcja_RUYyTxxOD6HgCABZ2k/s1600/janela+mertola+1890.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320px" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI_cSKsJ5FMe3E9FO0KXK02ImfoXtaHLyjh_iSuCI3THhj8ZKFFV5gtoqUglTC47cAVI0YqRkt-7vGAnUtw5dc22gOVaOEsWI9aRY8fUHYS8589G73dFLIxwcja_RUYyTxxOD6HgCABZ2k/s320/janela+mertola+1890.jpg" width="226px" /></a></div><br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;">Janela em 1890, foto de Camacho. Colec. autor</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"> </div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;">A JANELA DE MÉRTOLA II</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como vimos, em crónica anterior, de 16 de Fevereiro de 2007, a janela de Mértola ou de Soror Mariana Alcoforado está actualmente situada no extremo do corredor do 2º piso do Museu Regional de Beja (MRB). No extracto de uma planta de 1870 que publicámos, em primeira-mão, na Iconografia de 20 de Junho de 1997, podemos vê-la na posição exacta que ocupava no extremo sudeste do convento da Conceição, virada para as portas romanas de Mértola. Dela viam-se, naturalmente, as duas grandes torres de protecção da entrada romana, assim como o grande túnel desta, integrado numa torre mais recuada, unida com as anteriores através de dois paramentos curvilíneos da muralha. Eram também visíveis as capelas de Nª Sra. dos Anjos e de Sto. António, mais as estruturas elevadas dos conventos de Nª. Sra. da Esperança e de S. Francisco. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como sugerimos na crónica anterior, caso a janela venha um dia a ser desafectada das desconexas estruturas de madeira que escamoteiam as suas grades de ferro, será necessário contextualizá-la com uma pequena, sucinta e clara, exposição documental (e<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;">nquadramento que já existiu, há pouco mais de vinte anos, organizado no final do anos sessenta do século passado, pelo então director da instituição, dr. António Belard da Fonseca)</span>. Exposição que deverá relembrar também os investigadores bejenses Manuel Ribeiro (Albernoa) e A. Belard da Fonseca (Beja) que trouxeram, respectivamente, para o debate da autenticidade portuguesa das “Lettres Portugaises”, documentação inédita e uma alegação ímpar, imprescindíveis como complemento da “Soror Marianna – A Freira Portugueza” de Luciano Cordeiro. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um museu tem muitas vidas, assim como as colecções que nele se intentam preservar. O de Beja, instalado nos restos recuperados do Convento da Conceição (r<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">ecuperados, isto é, dramaticamente conservados pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, porque se se atende aos azulejos - e destes nem vale a pena falar, tal é o seu estado de degradação, nomeadamente na quadra do Evangelista - não se atende à talha dourada da igreja conventual, ou à cobertura do edifício, nem à pintura mural. Um problema de conservação, gravíssimo, por resolver num monumento único em Portugal, que só por si, já tantos o têm dito, é um autêntico museu</span>), </span>já passou por toda a espécie de experiências museológicas, mesmo daquelas, ainda hoje visíveis, que pertencem a um tempo em que não se falava, tal como hoje se fala em profusão, da nova museologia. Embora os conceitos da nova museologia, quando aplicados a um edifício concebido de raíz para albergar um museu com determinado acervo, não constituam um embuste e sejam de facto necessários, encontram entraves naturais quando impostos a um espaço impregnado de memória-história, como é o caso do convento da Conceição. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se actualmente o que resta do convento é, apesar da sua singularidade monumental, somente uma parte do antigo cenóbio e se a janela de Mértola, trasladada do seu local original, é o documento chave para a maioria dos admiradores das Cartas Portuguesas, atribuídas à religiosa que nele viveu e morreu, falta reorganizar, em conformidade com a história local, nacional e internacional (v<span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT;">ale a pena relembrar o estatuto internacional das cartas portuguesas, com mais de 600 edições, entre periódicos e não periódicos, traduzidas para mais de trinta idiomas da América, Ásia e Europa, desde 1669 até aos nossos dias)</span>, e com os novos ditames museológicos, o espaço em torno da janela mais visitada do Alentejo (p<span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">orque, do país, deve ser a janela manuelina do convento de Cristo, em Tomar, objecto - desde que o turismo é turismo, e, Portugal, a sede dos descobrimentos marítimos da era moderna - de muito maior publicidade)</span>. </span>E não há que temer em se fazer uma coisa em grande, em Beja, no Museu, sobre Mariana Alcoforado, independentemente das conjecturas que os detractores da autenticidade portuguesa das Cartas possam utilizar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Constatamos com agrado que as comemorações, em Beja, do dia de Portugal, em 2002, vieram pôr na ordem - com a exposição documental e de homenagem a Mariana, sobre a questão das “Lettres Portugaises”- alguns opositores da autoria portuguesa das cartas, que muito oportunamente afluíram a mostrar-se alardeando o seu dissolvido discurso, enquanto outros, em Beja, muito afectados pelo sucesso do certame, abraçam agora, muito humildemente (percebe-se bem a sua hipocrisia), a figura literária de Mariana. E nós sorrimos…relembrando, do genial Cruz Malpique ("<span style="font-size: x-small;">Como se faz um escritor”. Lisboa: Livraria Popular, 1939. p.51), </span>esta passagem: “Depois de um belo sermão sobre a caridade, exclamava um avarento: Que belo sermão! Dá vontade de pedir esmola!”</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Portanto, a janela de Mértola, carece em permanência de um adequado quadro museológico que faça justiça à cidade e ao convento onde nasceu, viveu e morreu Mariana Alcoforado, satisfazendo tal propósito expositivo a documentação iconográfica – plantas, desenhos, gravuras, pinturas e fotografias –, obras literárias e as transcrições mais representativas das Cartas Portuguesas. Como complemento, relativo ao quotidiano do convento, ao tempo de Mariana, poder-se-iam expor algumas das peças de arte sacra do antigo convento da Conceição, as quais pertencem ao acervo do museu, não variando muito do que antes se expunha no mesmo espaço museológico. A edição de uma pequena brochura bilingue, em francês e português, devidamente prefaciada com o Estado da Arte e a Fortuna Crítica das cartas e com a reprodução da primeira edição de 1669, mais a colecção existente de nove postais sobre Mariana, constituiriam uma oferta digna ao visitante. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em suma: convento, janela, exposição documental + livro e postais = visitante satisfeito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">in <em>Diário do Alentejo</em> de 30 de Março de 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfjS5xyxH2GF0scMT9jNpMu-izeOXv-hIeZZ7d7IebKRusau1baxjUMjJ9O7prFr_NWavsgR0UZ7iujalrfQKNDR370Dkm8c4A-l7O6_MsHqr3I3XnuLRVTUd52xbD5OXg8n4sPX49bcqD/s1600/janela+ros+junior+4fev94.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: right; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320px" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfjS5xyxH2GF0scMT9jNpMu-izeOXv-hIeZZ7d7IebKRusau1baxjUMjJ9O7prFr_NWavsgR0UZ7iujalrfQKNDR370Dkm8c4A-l7O6_MsHqr3I3XnuLRVTUd52xbD5OXg8n4sPX49bcqD/s320/janela+ros+junior+4fev94.jpg" width="242px" /></a> </div><div style="text-align: justify;"><br />
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des. Rosa Junior 4 Fev. 1894<br />
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Colec. MRB<br />
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</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-85764648651589677342010-12-01T08:42:00.000-08:002010-12-01T13:52:20.166-08:00Espectáculo teatral sobre as LETTRES PORTUGAISES, interpretado por Katherine Mary, no Instituto Franco-Português, em Lisboa. Dias 16, 17 e 18 de Dezembro de 2010.Caro(a/s) amigo(a/s)<br />
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Agradeço que divulgue(m) nos vossos blogues, sites e mailing liste, a realização, em Portugal, deste espectáculo teatral acerca das Cartas de Amor de Soror Mariana Alcoforado... e se puder(em) assista(m) a uma das sessões, entre os dia 16 e 18 de Dezembro deste ano.<br />
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Abraço de LBorrela<br />
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e-mail de Katherine:<br />
Caro Leonel, <br />
Na sequência da nossa conversa telefónica e agradecendo o seu interesse pela peça "Adeus d'après les Lettres de la religieuse portugaise", envio-lhe as informações relativas a essa criação teatral: ficaria honrada se viesse assistir ao espectáculo. <br />
A nossa Companhia Art et Latte ficaria também feliz se pudesse apoiar a divulgação da peça, em Beja e não só, através do seu site da internet e da sua mailing list.<br />
A peça que apresentamos é baseada no texto francês "Les Lettres de la religieuse portugaise".O texto foi editado em França sob a autoria de Guilleragues e a nossa Companhia tinha que nomeá-lo. Sei que não concorda, mas a autoria, assim definida, em França, não impede o debate sobre a origem do texto. Fiquei muito interessada no seu livro e nas pesquisas que fez... Gostava de pensar que Mariana Alcoforado escreveu as cartas.<br />
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Agradeço sinceramente a sua atenção e o seu interesse artístico.<br />
Cordialmente<br />
Catherine Mery<br />
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<strong>Compagnie Art et Latte</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>10 rue du Jourdain</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>75020 Paris - France</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>tel. 00 33 140 370 003</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>compagnie@artetlatte.fr</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>www.artetlatte.fr</strong><br />
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Depois do sucesso do Festival Off de Avignon, onde recebeu o Prémio ARTE, a Companhia francesa Art et Latte, apresenta ADEUS segundo Les Lettres de la religieuse portugaise, em Lisboa, com a actriz Catherine Mery a subir ao palco do Instituto Franco-Português (Av. Luís Bívar, 91) de 16 a 18 de Dezembro às 21h00, de 2010. <br />
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<strong>O espectáculo em francês será legendado em português.</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>Bilhetes: 10€ e 7€. </strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>Faça já a sua reserva: 961 96 02 81</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>artistasunidos@artistasunidos.pt</strong><br />
<strong><br />
</strong><br />
<strong>info@artistasunidos.pt</strong><br />
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A companhia teatral francesa Art et Latte, com apoio de Artistas Unidos, leva à cena as cartas portuguesas de Mariana Alcoforado. Estas cartas foram escritas no sec XVII por uma freira seduzida e abandonada por um soldado francês, onde ela exprime a sua paixão: sentimentos de alegria, tristeza, espera, raiva, desespero, loucura e dúvida dão corpo a uma profunda reflexão sobre si própria.<br />
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A peça será representada por Catherine Mery no auditório do Instituto Franco-Português de Lisboa, depois de ter conquistado o prémio da ARTE no Festival Off de Avignon 2010 em França: « Entusiasmo da ARTE ! Exemplar desempenho da actriz que, sozinha em palco, dá voz às palavras dessa freira cheia de paixão (...) Essa incrível facilidade que tem de navegar na língua do Guilleragues (...) O seu olhar, tão claro, enaltece as palavras, e toca a alma dos espectadores. » O diário francês Le Dauphiné Libéré também deu uma menção honrosa à peça: « A actriz oferece com talento o amor paixão (…) O público experiencia diversas emoções, comovendo-se com uma personagem que toma consciência de que, no fundo, é a sua paixão que importa e não propriamente o ser amado. »<br />
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La compagnie Art et Latte et Artistas Unidos présentent en décembre la création théâtrale "Adeus d'après les Lettres de la religieuse portugaise" à l'Institut Franco-Portugais de Lisbonne. Abandonnée par l’homme qu’elle aime et livrée à la solitude, une femme choisit de se donner entièrement à la passion : elle se confronte à sa sensibilité et sa féminité, passant de la joie à la tristesse, de l'attente à la colère, du désespoir à la folie, du doute à la réflexion sur soi... A travers l’écriture, il devient pour elle essentiel de ressentir cette passion, seule respiration possible dans une société rigide, seule échappatoire vers la vie. « Pourrais-je survivre à ce qui m’occupe incessamment pour mener une vie tranquille et languissante ? Ce vide et cette insensibilité ne peuvent me convenir. »<br />
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Le coup de cœur ARTE du Festival Off d'Avignon 2010 : « Exemplaire performance de la comédienne qui, seule en scène, fait exister et résonner la parole de cette religieuse passionnée (…) Cette désarmante facilité qu’elle a de naviguer dans la langue de Guilleragues (…) Son regard si clair qui accroche les âmes de ses auditeurs à la suite de son récit, comme autant de poussières dans le sillage d’un corps céleste. »<br />
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Le Dauphiné Libéré : « L’actrice nous sert avec brio de l’amour passion (…) Le public passe par diverses émotions. Il est touché par un personnage qui va prendre conscience que c’est sa passion et non l’être aimé qui importe fondamentalement. »<br />
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<strong>Adeus, d'après les Lettres de la religieuse portugaise</strong><br />
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16, 17 e 18 de dezembro às 21h<br />
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Espectáculo em francês legendado em português<br />
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Instituto Franco-Português<br />
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Avenida Luís Bívar, 91<br />
<br />
1050-143 Lisboa<br />
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www.ifp-lisboa.com/index.php/agenda-detail/events/adeus-515.html<br />
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www.artetlatte.frCalandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-26808058678025239722010-12-01T08:35:00.000-08:002010-12-01T08:35:49.260-08:00MARIANA ALCOFORADO NASCEU HÁ 370 ANOS<div style="text-align: justify;">Este texto ficou em rascunho e não saiu quando devia. Sai agora...<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBbjy8XZysDNSpxoxSK213HS3o_YWjfsB2aVQNWF03tJJUSf3uKPxlb1kWqenYug7e4LeK_X4TTknkoy7ZFfkr6zhHyMvjmMTnmpIeWy0KrvnJsKI6zXuawLd_PhT9Z4Gp1cfBAaQB2ur7/s1600/IMGP9714.AVI" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBbjy8XZysDNSpxoxSK213HS3o_YWjfsB2aVQNWF03tJJUSf3uKPxlb1kWqenYug7e4LeK_X4TTknkoy7ZFfkr6zhHyMvjmMTnmpIeWy0KrvnJsKI6zXuawLd_PhT9Z4Gp1cfBAaQB2ur7/s1600/IMGP9714.AVI" /></a></div><br />
Mariana Alcoforado completou ontem, a 22 de Abril, mais um decénio do seu nascimento há 370 anos. Nunca é demais recordar uma realidade histórica que alguns investigadores menos formados e informados têm tentado escamotear, a propósito da autoria das célebres Lettres Portugaises, as Cartas Portuguesas traduzidas para francês, editadas em Paris, no dia 4 de Janeiro de 1669, pelo livreiro Claude Barbin. Embora seja assunto já conhecido de alguns dos nossos leitores queremos aproveitar este momento comemorativo para reforçar a importância que as Cartas tiveram e têm no contexto mundial, publicando no Diário do Alentejo um dos capítulos do nosso livro sobre Soror Mariana Alcoforado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Fortuna crítica e Estado da Arte</strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>M</strong>ais de quinhentas edições bibliográficas, em cerca de vinte e cinco idiomas diferentes, a nível mundial, justificam a singularidade epistolar destas cinco Cartas Portuguesas, cujas palavras desde há muito cativaram incondicionalmente os artistas plásticos - pintores, escultores, gravadores desenhadores e gráficos - além, naturalmente, dos de cinema e teatro, músicos e poetas, escritores e políticos, que lhes têm dedicado o melhor do seu tempo, do seu espaço e da sua memória. Afinal, a enclausurada Mariana Alcoforado; a janela das Portas de Mértola, em Beja; Noel Bouton, o marquês de Chamilly, oficial francês; a Dona Brites; a insegurança da guerra e o quarto em vez da cela conventual (no convento havia cerca de cinquenta e seis “moradias” particulares de freiras e, nele, rodopiavam cerca de duas centenas de religiosas, fora as criadas, e mais umas centenas de pessoas que no exterior prestavam serviço variado ao convento), tudo e todos existiram e é muito provável que tenham cruzado simultaneamente os seus caminhos. </div><div style="text-align: justify;">Por curiosidade contámos, nas cinco Lettres Portugaises, uma só vez, as palavras claustro, irmão (dela), irmão e cunhada (dele), quarto, porteira, Manuel, Francisco, pátria (francesa), paz, país (Portugal), reino do Algarve e Mértola; duas vezes, convento e guerra; três vezes, Mariana e Dona Brites; quatro vezes, oficial francês e Portugal; dez vezes França. Amor, ódio, vingança, prazer, ciúme, partir, fugir, morrer, viver, injustiça, censura, coração, ferida, paixão, culpada, amasse, ama-me, habituei-o, família, ingrato, sinceridade, lágrimas, indecisões, pudor, adeus, cartas, mulheres, escrúpulos, razões, ternura, religiosas, violência, arrebatamentos, desafio-te, ai de mim, infeliz, são palavras escolhidas ao acaso que revelam a complexidade de estados de espírito e definem de algum modo a natureza emocional de Mariana.</div><div style="text-align: justify;">Quando lemos as Cartas nada nelas nos parece ficcionado, muito menos por um homem, estranho a Portugal e, muito especialmente, à cidade de Beja. Guilleragues, o tradutor nunca contestado na sua época, a quem, agora, as querem atribuir, não possui sequer outras obras escritas que dentro do mesmo espírito, não literário , o possam legitimar como autor; são tantos os pormenores relativos a Beja, Portugal, Algarve, Mértola, portaria conventual, o poder da família, etc., naturalmente referenciados ao correr da pena pela presumível autora, Mariana Alcoforado, que praticamente não deixam dúvidas quanto à origem portuguesa das Cartas. Porém, a polémica continua e devem respeitar-se os seus pressupostos.</div><div style="text-align: justify;">A fortuna crítica da Colecção Alcoforadina vê-se nas detalhadas cronologia, bibliografia e iconografia: de Madame de Sévigné a Rousseau; do duque Saint-Simon ao abade de Saint-Léger; de Boissonade a Luciano Cordeiro; do Morgado de Mateus a Manuel Ribeiro; de Júlio Dantas a Almada Negreiros; de Jaime Cortesão a Belard da Fonseca; de Humberto Delgado às Três Marias; de Katherine Vaz a Cristina Silva, etc.</div><div style="text-align: justify;">O forte incremento da fortuna crítica revela abertamente o estado da arte: as edições das Lettres Portugaises estão imparáveis; continuam seduzindo uma plêiade heterogénea de investigadores e curiosos; subsiste a polémica em torno da sua autoria, cuja balança pende ultimamente para Gabriel Joseph de La Vergne, conde de Guilleragues. Algumas das bibliotecas estrangeiras – a do Congresso (EUA) e a Nacional de França – até a nossa, a Nacional de Lisboa, embora ainda com alguma indefinição, atribuem quase todas os exemplares das Lettres a Guilleragues. Igualmente, em instituições de ensino francesas, promovem-se jogos e concursos sobre as epístolas, enquanto por cá, oficialmente, vivemos indiferentes ao que, presumivelmente, de mais original se produziu em Portugal no século XVII e que tanta repercussão teve no estrangeiro, devido ao valioso contributo da língua francesa.</div><div style="text-align: justify;">A celebridade das cartas e a polémica estendem-se a outros países e continentes e até já há quem faça trabalhos finais de licenciatura, teses de mestrado e de doutoramento por exemplo, no Brasil, Alemanha e Portugal.</div><div style="text-align: justify;">No dia 10 de Junho de 2002, na cidade de Beja, por ocasião das comemorações oficiais do Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas, em que foi homenageada Mariana como símbolo do seu desmesurado amor, recordou o senhor Presidente da Republica Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, o pensamento de Rainer Maria Rilke (1875-1926) acerca da sublime paixão de Mariana: Um amor grande de mais para um só ser.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- No Museu Regional de Beja continua em exposição uma mostra documental de cariz mais iconográfico comemorativa dos 550 anos da fundação do Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição - onde viveu e morreu Mariana - pelos duques de Beja, infantes D. Fernando e Dª Beatriz, pais de Dª Leonor e de D. Manuel. Merece uma visita atenta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">BORRELA, Leonel - "Iconografia Pacense-Mariana Alcoforado nasceu há 370 anos" in <em>Diário do Alentejo</em> de 23 de Abril de 2010</div><div style="text-align: justify;"></div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-2732230264251197452010-01-19T16:48:00.000-08:002010-01-19T16:51:09.512-08:00Estudo de Leonel Borrela sobre a autenticidade portuguesa das Lettres Portugaises - 2007.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Q3GE5LDhV3_edPXc5Fz99odkfchO0X0rjKSHfHHw3jCS3_-e7LJvwgkCuN6icJvQU1etN00swKP7NsUPkHeiSCLbFv4FV2JVA3g99YHvkosh0nr4ivFmYdGQJLLYc1tFYBY8q5jnsv7W/s1600-h/capa+livro+L+Borrela+29+Set+07.jpg"><img style="WIDTH: 143px; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428617652125797074" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Q3GE5LDhV3_edPXc5Fz99odkfchO0X0rjKSHfHHw3jCS3_-e7LJvwgkCuN6icJvQU1etN00swKP7NsUPkHeiSCLbFv4FV2JVA3g99YHvkosh0nr4ivFmYdGQJLLYc1tFYBY8q5jnsv7W/s200/capa+livro+L+Borrela+29+Set+07.jpg" /></a><br /><div></div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-40707448314870723222009-09-12T19:07:00.000-07:002009-09-12T19:07:27.745-07:00Rua da Abadia: Miscelânea, mas principalmente Mariana Alcoforado - payback<a href="http://ruadaabadia.blogspot.com/2008/12/miscelnea-mas-principalmente-mariana.html">Rua da Abadia: Miscelânea, mas principalmente Mariana Alcoforado - payback</a>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-87785977641526442782009-08-08T03:30:00.000-07:002009-08-08T03:44:50.813-07:00Vista parcial de Beja em 1881. Aguarela do autor.<img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 180px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5367538646793638242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT52fMKlLj5htcMiVbhTQu9qnr1GvZH1FzlEGuyyqeTSMak9bxKmt14OISv3r4Y8CJQ6W0NIW0mhD3Wc2e4DJXaUFO6bZKx7SZMVTNXbdMg5J2YZsSK2H4xgEHHj-4-Uc__TwawhX-8b6s/s320/CON+CONCEI%C3%87%C3%83O+1881AGUARELA+1998+LEGENDADA.jpg" /><br /><div align="justify">Esta aguarela segue de perto um documento fotográfico de 1881. </div><div align="justify">No extremo esquerdo do Dormitório Novo identifica-se a Janela de Mértola ou de Soror Mariana Alcoforado, presumível autora das "Lettres Portugaises traduites en françois"; ao centro o corpo principal do Convento da Conceição, fundado pelos primeiros duques de Beja, cujo Palácio se vê logo à direita.</div><div align="justify">A fotografia original foi tomada do terraço do antigo colégio dos Jesuítas, actual quartel da GNR.</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-74970403694245748682009-08-05T21:08:00.000-07:002009-08-05T21:28:09.507-07:00Cartas checas da freira portuguesa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOyFA-1XwkMFW6fREnbdv4jeOAbV1NV2ADpVuL5nFE93p9kstBfUoOQcUzw0pIeVxiEmH0EFJiq8Hu26yYx7PsPkEyFx3nSg__gR_2_F28nhhdIA-oCLRjzaCwFdGA_D7VVlsSgEbsfW2V/s1600-h/CHECA+1916+GRAV+P20+RED.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 321px; DISPLAY: block; HEIGHT: 406px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366699964615229378" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOyFA-1XwkMFW6fREnbdv4jeOAbV1NV2ADpVuL5nFE93p9kstBfUoOQcUzw0pIeVxiEmH0EFJiq8Hu26yYx7PsPkEyFx3nSg__gR_2_F28nhhdIA-oCLRjzaCwFdGA_D7VVlsSgEbsfW2V/s320/CHECA+1916+GRAV+P20+RED.jpg" /></a><br /><div align="justify">Uma colecção bibliográfica temática parece ter à partida um âmbito mais circunscrito do que na realidade tem. No caso do estudo das lettres portugaises traduites en françois<a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a> e da sua rápida projecção europeia e mundial exige-se ao investigador o conhecimento e, ou, o contributo de várias áreas das ciências sociais e humanas, nomeadamente história, estudos literários, economia e estatística. Se contabilizarmos no mundo inteiro, em mais de 30 idiomas diferentes, 600 edições das Cartas, adstritas a publicações periódicas e não periódicas, número ainda assim de certa relevância, mas insuficiente para o que seguramente anda publicado, vemos como é grande a sua fortuna crítica.<br />Tal celebridade não se deve somente à inovação literária e às traduções que ao longo dos séculos delas foram feitas, pois não devemos esquecer as versões poéticas e as dezenas e dezenas de ilustrações – expressas em gravura, desenho, litografia, pintura e fotografia - que as interpretaram desde o período barroco até à contemporaneidade. Complementarmente a música, a escultura, a medalhística e a esfragística, e, principalmente, os ensaios crítico-literários acerca da polémica que envolve a origem das cartas, converteram-nas ainda mais num assunto fascinante e incontornável, quando se trata de historiar e glorificar a paixão e o amor de uma mulher desiludida por um homem, assim como de estimulo na luta politica feminina pela sua emancipação<a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>.<br />O título desta crónica refere-se às cartas checas da freira portuguesa, publicações que ainda não possuíamos na nossa colecção alcoforadiana que, com perto dos 500 exemplares, integra a primeira edição de Barbin, saída a 4 de Janeiro de 1669. Há cerca de três meses, mercê duma visita a Praga, o nosso filho, José Miguel Rita Borrela, presenteou-nos com duas lindas impressões checas de Portugalské Listy: uma de 1921, sem ilustração, no formato 16º (bastante pequeno), tradução de Otto Elexhauser, editado por Arthur Novák, em Praga<a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>; a outra edição, também de A. Novák, de formato maior, in 8º, data de 1916, com gravuras de T. Francisco Simon, tradução e epílogo de Hanus Jelinek. É desta segunda edição, em livro, que pretendemos mostrar a gravura da 3ª carta, assim como o começo dela em língua checa<a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>, por outro lado a imagem do cólofon, hoje em desuso, é um pormenor editorial, imprescindível no estudo bibliográfico, onde consta normalmente o nome dos vários intervenientes no processo de impressão do livro (autor, ilustrador, editor, impressor, compositor), tipo de papel, razão da tiragem especial ou não, neste caso é o exemplar 612 de uma tiragem especial de 730, etc..<br />Das edições checas sabemos que a primeira tradução, de Hanus Jelinek, saiu em 1908, na revista “Lumir”; seguiu-se a primeira edição em livro, em 1910, tradução de H. Jelinek, editora Nova de Boucek, litografias de Francisco Kysel, além das outras três edições diferentes que referimos anteriormente de 1916, 1921 e 1926. É interessante notar que algumas das edições de países do leste europeu – Rússia, Polónia, Checoslováquia e Roménia – coincidem com o período da I Grande Guerra, facto que terá alguma relação com a grande mobilidade que os períodos de guerra normalmente proporcionam. O mesmo já havia acontecido durante as invasões napoleónicas e nas guerras anteriores setecentistas e seiscentistas, em que a maior mobilidade por toda a Europa e fora dela, de gente tão diferente contribuiu para o estreitar de relações entre os povos e a transmissão de ideias novas e o conhecimento de casos exóticos. É, sem dúvida, pelo menos nos primeiros 250 anos, desde 1669, em conjunturas desta natureza, associadas ao iluminismo e romantismo, que as cartas de amor atribuídas a Mariana Alcoforado, vão sendo gradual e rapidamente conhecidas pelo mundo inteiro. Em Portugal os anos de 1915 a 1918 viram sair a lume obras de Teófilo Braga, Albino Forjaz de Sampaio, Júlio Dantas, Ruy Chianca, Manuel Ribeiro e Conde de Sabugosa, entre outros - a I República, apesar de algumas vozes contra, esteve de alma e coração com Mariana.<br />Deste 18 de Maio – Dia Internacional dos Museus - a 19 de Junho de 2006 terá lugar, mais uma vez, no Museu Regional de Beja, instalado nos restos do extinto mosteiro de Nª Sra. da Conceição, onde professou e viveu Soror Marianna Alcoforado (1640-1727), uma exposição sobre a religiosa portuguesa. Trata-se de uma obra artística “literalmente” tecida por Cristina de Melo, cuja urdidura pretende revelar-nos, sob o título “O segredo de Mariana”, intimidades insuspeitas e de algum modo invocadas pela criação musical do compositor Gilles Sivilotto, acompanhados, no acto inaugural, por uma palestra do poeta Nuno Júdice sobre as Cartas Portuguesas e a sua presumível autora.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Publicado por Leonel Borrela in <em>Diário do Alentejo </em>de 19 de Maio de 2006<br /><br /><a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> “Lettres portugaises traduites en françois” é o título da primeira edição realizada em Paris, por Claude Barbin, em 1669. São cinco cartas de amor, cujos originais jamais apareceram, presumivelmente de origem portuguesa, embora alguns investigadores as queiram remeter para a literatura francesa. A seu tempo daremos notícia desta quase inesgotável polémica. Há uma tendência bastante generalizada para negligenciar este título que as dá como nossas e traduzidas para francês. Normalmente sublinha-se somente Lettres Portugaises e, quando é citado o título, ignora-se, também bastantes vezes, o verbo francês traduire (traduzir) substituindo-o por écrire (escrever), além de se transcrever françois como français. Cartas Portuguesas traduzidas em francês não é, obviamente, o mesmo que Cartas Portuguesas escritas [que poderiam ter sido ou não traduzidas] em francês.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> BARRENO, M.I.; HORTA, M.T.; COSTA, M.V. – Novas cartas portuguesas. Lisboa: Futura, 1974. 2ª Ed. [1972]<br /><a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref3" name="_ftn3">[3]</a> O Museu Regional tem também um destes exemplares, na sua colecção bibliográfica alcoforadiana de Godofredo Ferreira, além de uma outra edição de B.M. Klika Praza, de1926, traduzida por Hanus Jelinek e gravura de Hana Dostalova.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> Segundo a tradução de Manuel Ribeiro (1913, 61), o começo da Carta terceira será assim: “Que será de mim? E que queres tu que eu faça? – Quão longe me vejo de tudo quanto tinha imaginado! Contava que me escrevesses de todas as terras […]”</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-68691388720333172422009-08-04T14:14:00.000-07:002009-08-06T16:57:33.499-07:00Lettres Portugaises, edição polaca<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIghhmJ5wzNd3PGyvZKGoUfOOzA9z0W5QYCS21lyaLJuzTScUYsUAj9P0mMZpTyoO5rhlsMjap1ryQev7bJ0H57nIhqzrWC_glgnh2cbkd7JR6Q4i4dll1ll2I3ZFRLXUIm-lC46yY1B2/s1600-h/edi%C3%A7+polaca+p21.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 279px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366222028071820882" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbIghhmJ5wzNd3PGyvZKGoUfOOzA9z0W5QYCS21lyaLJuzTScUYsUAj9P0mMZpTyoO5rhlsMjap1ryQev7bJ0H57nIhqzrWC_glgnh2cbkd7JR6Q4i4dll1ll2I3ZFRLXUIm-lC46yY1B2/s320/edi%C3%A7+polaca+p21.jpg" /></a><br /><div align="justify">Lettres Portugaises, edição polaca<br /><br />As edições estrangeiras<a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>das Cartas Portuguesas, nomeadamente das que se publicaram nos países do leste europeu, desde o início do século passado, demonstram ao nível iconográfico uma sensibilidade singular relativamente às suas congéneres ocidentais. Países como a Checoslováquia, Hungria, Roménia, Rússia e Polónia, trataram a ilustração do tema das cinco cartas de amor atribuídas a Mariana Alcoforado de forma sensível, carinhosa e bastante envolvente, até com algum erotismo.<br />Da colecção bibliográfica de Godofredo Ferreira, pertença da Assembleia Distrital de Beja, preservada no Museu Regional, constam três edições polacas de 1911, 1920 e 1921, duas checas que já referenciámos em crónica anterior, de 1921 e 1926, e duas romenas de 1967. A edição russa, de 1915, é microfilmada. São obras que revelam uma dedicação especial ao tema, algumas com grande intensidade dramática e um grande respeito pelo seu conteúdo, um pouco à maneira das gravuras seiscentistas e setecentistas que acompanhavam as primeiras edições.<br />Reproduz-se, nesta crónica, uma edição polaca diferente<a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>, de 1959, bem posterior às mencionadas anteriormente, mas do mesmo autor da tradução e do prefácio das primeiras duas, Stanislaw Przybyszewski, ilustrada por Anna Trojanowska. É um livrinho, in 8º peq., com 69 páginas, situando-se o prefácio entre as pp.5 e 20; dez ilustrações pequenas, mais estilizadas do que é habitual neste género de publicações - onde o poder descritivo da imagem parece querer por vezes substituir-se ao texto ou, então, pervertê-lo totalmente – acompanham duas a duas, cada uma das cinco cartas amorosas.<br />O autor inicia o prefácio divulgando o teor descabido da carta de Rousseau a d`Alembert, onde aquele “apostava tudo” em como as “lettres”foram escritas por um homem, dado que as mulheres não possuíam inteligência, nem cultura, para tal realização [é óbvio que este processo do”apostava” nada tem de científico e só serve para satirizar o seu mentor]. Cita a primeira edição de Claude Barbin, de 1669, “Lettres Portugaises traduites en françois”, e o facto de outras edições coevas desvendarem os nomes do cavaleiro de Chamilly e de Guilleragues como, respectivamente, destinatário e tradutor das cartas para francês. Faz uma breve contextualização da luta militar de Portugal pela independência de Espanha, nomeia o comandante Schomberg, Chamilly, Mariana Alcoforado, entre outros, como intervenientes nesse período seiscentista. Destaca - além da nota do abade francês Boissonade que trouxe, em 1810, para a ribalta a identidade portuguesa, bejense, de Mariana Alcoforado - as “Memórias” de Saint-Simon, coevas e a propósito de Chamilly, a quem, segundo se dizia, e ele (Saint-Simon) não desmente, as célebres cartas haviam sido escritas. Stanislaw refere ainda a edição bilingue, francesa e portuguesa, de 1824, do Morgado de Mateus, primeiro retroversor para português das cinco cartas, já <em>que</em> Filinto Elísio, em 1819, traduzira doze, pensando que eram todas da freira bejense. Por último, estabelece a comparação entre as epístolas seiscentistas da freira de Beja e as ducentistas de Heloíse e Abelard.<br />As ilustrações miniatura de Anna são rápidas, de traço quase contínuo e voluptuoso, expressando muito bem a resignação da religiosa; a nau que transportava Chamilly para França, mas que, obrigada por uma tempestade, regressa ao reino do Algarve; o convento, altas paredes e torres, situado no alto de uma penedia (naturalmente o reflexo da realidade das construções acasteladas e principescas das regiões centro e norte da Europa).</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Publicado por Leonel Borrela in <em>Diário do Alenetejo de 29 de Junho de 2007</em><br /></div><br /><div align="justify"><a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Estrangeiros, para os franceses, somos principalmente nós, portugueses, pois, eles, não consideram actualmente, ou só muito poucos consideram, a origem portuguesa das cartas da freira bejense. Contudo, tal polémica, não tem lugar nesta abordagem, onde a edição polaca é tão estrangeira para nós como para os franceses.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> Adquirida para a nossa colecção Alcoforadina, via Internet, ao alfarrabista “Nicolaus”, de Gdansk, em Fevereiro deste ano.</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-82722667223294440152009-08-04T13:59:00.000-07:002010-01-28T10:28:59.438-08:00As "Lettres Portugaises" e Ivan Junqueira<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIBUWp0shaHli59M6MZS0uDUiUupDcJ-s1CwVco60aoHRi1w0KgyF_8Aaf7jEMGBxXq_r17QpdXDBkgKRHeInwwlcqq-LjSxrcptYir4FQUnR92lfyvvGVETEfNwiGAM7nvx5zg13vOPKC/s1600-h/registo+belard+pp130+131.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 389px; DISPLAY: block; HEIGHT: 121px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366218079575532098" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIBUWp0shaHli59M6MZS0uDUiUupDcJ-s1CwVco60aoHRi1w0KgyF_8Aaf7jEMGBxXq_r17QpdXDBkgKRHeInwwlcqq-LjSxrcptYir4FQUnR92lfyvvGVETEfNwiGAM7nvx5zg13vOPKC/s320/registo+belard+pp130+131.jpg" /></a><br /><div>As "Lettres Portugaises" e Ivan Junqueira </div><br /><div></div><br /><div align="justify">Nos dias 24 e 25 de Maio passado, esteve em Portugal, para o lançamento da sua antologia poética “O tempo além do tempo”, o ex-jornalista, poeta, tradutor, ensaísta, crítico literário e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Ivan Junqueira (Rio de Janeiro, 1934)<a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>.<br />Ivan Junqueira é um dos principais autores brasileiros que segue ou pretende seguir de perto nos seus ensaios as posições anti-alcoforadinas defendidas por A. Gonçalves Rodrigues (1935 e 1944), Leo Spitzer (1953) e Deloffre e Rougeot (1962), entre outros. Quer dizer: não concorda com a autenticidade portuguesa das cartas e muito menos com a presumível autoria de Mariana Alcoforado. O “Fio de Dédalo”<a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a> é uma das suas melhores obras onde reúne a heterogeneidade do seu pensamento crítico, como poeta, ensaísta, tradutor e algo de historiador. O ensaio “A fraude das Lettres Portugaises” (pp.274-281) foi primeiramente proferido numa conferência no ciclo literário “Rodas de Leitura”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em 14 de Maio de 1997.<br />Felizmente não foi Dédalos a construir esse labirinto, não de Creta, mas literário, das “Lettres Portugaises”, no qual se tem procurado com desmesurado afã a qual das pontas – e não estarão todas à vista, nem outras facilmente acessíveis – corresponde o fio autentico. Supomos que o mesmo fio quase se esgotou ou em parte ardeu, após o desenho de tão complexa trama labiríntica, sendo hoje impensável, dada a natureza metafórica de que o revestiram, encontrar nas “Lettres” o fio de Ariadne que reconduziu Teseu à liberdade, que o mesmo é dizer: encontrar e entender, como lição e força libertadora do amor, a paixão sublime de Mariana. Há quem veja na defesa da autenticidade portuguesa das “Lettres Portugaises” a construção de um mito, um mito nacional (Anna Klobucka, 2006) . Mas um mito distorce os acontecimentos. Os adeptos da sua autenticidade portuguesa [das cartas e de Mariana, não do mito] não manipularam as fontes impressas e manuscritas, foram honestos, coerentes nos seus estudos – tudo sempre citado, até ao pormenor, para que não restassem dúvidas. Não foram os alcoforadistas (que os há em Portugal e no estrangeiro) a editar as cartas com o título de “Lettres Portugaises traduites en françois” (cartas portuguesas traduzidas em francês, que os opositores difundem, com frequência, como “escritas em”), nem mencionaram Guilleragues como seu tradutor (o pretenso autor dos anti-alcoforadistas), nem descobriram o nome de família de Mariana, Alcoforado, nem a terra onde vivia, Beja. Tudo lhes foi transmitido em francês e por franceses, em França. Se foi uma brincadeira, foi coisa séria, porque deixaram por todo o lado vestígios da traquinice que fizeram para que parecesse verdade – cremos que no século XVII ninguém tinha capacidade para criar, inventar, tais cartas, que agora querem ver como obra de cariz clássico seguindo até os cinco actos da tragédia grega.<br />Regressando `”A fraude das Lettres Portugaises” de Ivan Junqueira, esclarecemos que a “Advertência ao Leitor” da edição princeps, de 1669, retrata uma norma seguida pela maioria dos livreiros da época quando publicam assuntos dos quais desejam manter o anonimato dos intervenientes. Com frequência afirmam que não os conhecem e que o texto que lhes chegou às mãos, através de pessoa de confiança, relata factos verídicos. Portanto, acreditando em Claude Barbin, seu primeiro editor, “esse gentil-homem que serviu em Portugal” não é uma falsidade, mas, se fosse, não deveria ser motivo suficiente para, como afirma Junqueira (1998, 274), garantir o estrondoso sucesso editorial. O sucesso reside “apenas” mais na liberdade de expressão, exterior às normas vigentes, do que na qualidade literária das cartas, e no desassombro com que Mariana enfrenta, e explica, a indiferença a que sujeitaram a sua paixão amorosa – salienta-se o plural sujeitaram, porque não foi só Chamilly a contribuir para a sua revolta, foram também, como ela diz, a severidade dos próprios familiares e as leis implacáveis do seu próprio país.<br />O autor desconhece que “du Marteau”, aliás Pierre du Marteau, “sediado” em Colónia, é uma entidade forjada, da qual vários livreiros se apropriaram para divulgarem temas proibidos, denunciarem situações candentes de imoralidade e injustiça social. É na edição deste livreiro fantasma, criado, julga-se, pelos livreiros Elzevier<a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn4" name="_ftnref4">[3]</a>, na Holanda, que, ainda em 1669, vêm a publico os nomes de Chamilly e de Cuilleraque (Guilleragues), respectivamente como destinatário e tradutor das cartas. Também desconhecemos qual a documentação que, já em 1669, refere Mariana Alcoforado como a “religiosa alentejana”autora das cartas (1998,275). Em nenhuma publicação coeva ou, até, setencentista, vem tal qualificação de naturalidade, deve ser um lapso do autor. Por outro lado, aparentemente, transforma a defesa do seu discurso num caso de vida ou de morte. Leia-se: “Mais grave ainda: Saint-Simon e Duclos, em suas Memórias, confirmam essa atribuição [à religiosa portuguesa], que Chamilly não desmentiu. E pior: em 1810, numa crítica ao “Dicionário” de Brunet, Boissonade deu a conhecer […] o nome da religiosa Mariana Alcoforado”. Pois, estes documentos são graves e do pior que pode haver para a negação da autoria francesa das cartas. Associados à carta que Boileau dedicou ao seu amigo Guilleragues, então é mesmo do pior que pode haver, pois não menciona a mais ténue ligação entre o presumível autor e as “Lettres”. Também Madame de Sévignè, amiga de Guilleragues, teria todas as razões para desmentir Barbin [ “ce chien de Barbin”, foi o carinho com que Mdme. o tratou numa das suas cartas], fazendo justiça na autoria das “Portugaises”ao seu amigo. Porém, nada.<br />Junqueira (1998, 276-277) também refere a “ocorrência de três ou quatro lusismos de linguagem [só? Tão poucos…], que não se podem atribuir, entretanto, à mão tosca de Mariana, mas sim à sensibilidade literária de Guilleragues, que, provavelmente, se valeu dos textos de outras cartas de portuguesas apaixonadas por oficiais franceses que as teriam levado para França como troféus […].”<a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn5" name="_ftnref5">[4]</a> Imagine o nosso leitor: “mão tosca de Mariana”, quando se sabe que só as religiosas com mais conhecimentos é que podiam chegar, como chegou Mariana, aos cargos de escrivã e vigária conventual.<br />Na ânsia de tentar provar a autenticidade francesa das “Lettres” o autor agrava ainda mais o seu incompleto conhecimento do assunto, transcrevendo mal [e não é lapso] o seu Registo oficial, descoberto por F.C. Green, em 1926. Há iniciais maiúsculas e minúsculas que não são respeitadas na cópia, na transcrição ou no que quer que tenha sido analisado e feito. O documento original, do qual possuímos fac-simile, trata as “Lettres Portugaises” com inicias minúsculas e “Les Valentins, Epigrammes et Madrigaux” com iniciais maiúsculas. Descurar este pormenor é grave; querer seduzir o leitor com uma subtileza desta natureza não é correcto. Porém, Junqueira não foi o único a copiar o documento sem consultar a fonte original, quase todos o fizeram. A origem da polémica está nesse Registo manuscrito, pedido por Claude Barbin, em 17 de Novembro de 1668, o qual atribui, preto no branco, e traduzindo para português, “Os [jogos] Valentinos cartas portuguesas Epigramas e Madrigais” a Guilleragues. Sabe-se, e o autor não menciona, que era costume registar em simultâneo traduções e criações literárias; sabe-se que obras traduzidas eram registadas como de autor; outras nem os mencionavam, embora fossem conhecidos. Enfim, que legitimidade, para a atribuição das cartas a Guilleragues, pode ter um registo desta natureza quando “Marteau”o divulga como tradutor, sem qualquer oposição. O próprio F. C. Green parecia não confiar a cem por cento na atribuição. É muito provável que as “lettres portugaises”, com minúsculas, signifiquem a tradução de Guilleragues, e as outras obras, com maiúsculas, as de sua autoria. Por essa razão, Barbin, edita em primeiro lugar, as “lettres Portugaises traduites en françois” e só depois as obras de Guilleragues de mistura com outra de outra autoria. Esta asserção poderá ser confirmada ou negada pela análise dos outros registos (estudo que realizamos neste momento). </div><div align="justify"></div><div align="justify">Publicado por Leonel Borrela in <em>Diário do Alentejo </em>de<em> </em>6 de Julho de 2007</div><div align="justify"><br /><a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> In Diário de Notícias de 23 de Maio de 2007. Secção “Artes”, p.50<br /><a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> JUNQUEIRA, Ivan –“O Fio de Dédalo”. Rio de Janeiro:Editorial Record, 1998. [Esta obra foi-nos amavelmente oferecida pela professora universitária de Porto Alegre, Claudiany Pereira, também uma fervorosa estudiosa das “Lettres Portugaises”. Bem haja.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref4" name="_ftn4">[3]</a> Ver uma das edições Elzevier [identificam-se quase todas pela ilustração da esfera armilar, com os signos do zodíaco], provavelmente de Amesterdão, porém, da oficina fictícia de Pierre du Marteau, em Colónia, no ano de 1676.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref5" name="_ftn5">[4]</a> Onde estão estas cartas? Alguém as viu ou mencionou?<br />Parece que se confunde bastante, isso sim, os resultados execráveis da Guerra Peninsular (1807-1814) com o período de seiscentos. Até há gente de alto gabarito intelectual que vem ao museu de Beja, instalado no cenóbio de Mariana, e desata a falar da fuga da família real para o Brasil, da Guerra Peninsular e, claro, por causa dos franceses, das famosas cartas da freira. Ficam estarrecidos quando se lhes diz que a história é do século XVII e não do XIX.</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-66551279568601642852009-08-04T13:34:00.000-07:002009-08-06T16:59:58.762-07:00Claude Barbin, o editor francês das Cartas Portuguesas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT580G1KKx7DCtyEwpXiFxqrf6jJfRiPBoT2hlACs3bo7B_GZPt9vnz0VCt80oVrbtnS8VIgXajNUVSdgY-drRNuvsFSMBvZYsK9Tbj7ReYj3OPo6P2EOEw7cUUEDSFu495S8Ubvd9J2dp/s1600-h/Le+perron+de+la+Saint+Chapelle+fin+XVII+Andre+Perelle.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; FLOAT: right; HEIGHT: 249px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366211451225849570" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT580G1KKx7DCtyEwpXiFxqrf6jJfRiPBoT2hlACs3bo7B_GZPt9vnz0VCt80oVrbtnS8VIgXajNUVSdgY-drRNuvsFSMBvZYsK9Tbj7ReYj3OPo6P2EOEw7cUUEDSFu495S8Ubvd9J2dp/s320/Le+perron+de+la+Saint+Chapelle+fin+XVII+Andre+Perelle.jpg" /></a><br /><div>Claude Barbin<a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>, o editor das Cartas Portuguesas<br /><br />Gervais Reed dá-nos a conhecer Claude Barbin (1628 - 24 Dez 1698) e os livros que editou ao longo dos seus mais de cinquenta anos de actividade. Quando adolescente aprendeu a profissão de impressor que, então, passava naturalmente pelo domínio total dos segredos oficinais da ciência tipográfica e, depois, como editor perspicaz, desde o início atento à forte rivalidade existente entre dezenas de livreiros parisienses, não descurava a utilização do aviso ao leitor (Au Lecteur) para repor a verdade dos factos. Numa das suas edições do Fantasma amoroso, de Quinault, critica os confrades pelo desplante de publicarem livros com o título de Fantasma e alerta os leitores para a obra desvirtuada que lhes tentam pespegar. Faz a advertência em nome dos interesses particulares dos leitores e não em seu proveito pessoal, obviamente.<br />Entre as suas primeiras edições de Fantôme amoureux, de 1656, da autoria de Philippe Quinault, e Lettres Portugaises, de 1669, de autoria anónima, Claude Barbin publicou um sem número de documentação manuscrita particular que, à priori, não se destinava a ser impressa. Contudo, procurava freneticamente essas novidades; pedia aos herdeiros de famílias letradas que lhe cedessem, comprando ou não, cartas, poemas, diários, enfim, tudo o que retratando a cultura e a personalidade dos seus autores, já falecidos, fosse passível de interessar os leitores; aos outros, contactava-os directamente, mostrando-se solícito e empenhado em publicar-lhes os seus pensamentos ou a descrição das suas viagens.<br />Desse modo, seguindo Gervais Reed (1974, 86-93), Claude Barbin editou, entre outras obras: em 1660, de Louis Fontaines, Relation du Pays de Jansénie; de Molière, Les Precieuses Ridicules; de diversos autores, Recueil dês Harangues qui ont été faites à la Reine de Suède; em 1661, de Molière, L`Ecole dês maris; de Pierre Chevalier, Histoire de la Guerre des Cosaques contre la Pologne; de Donneau de Vise, várias obras defendendo a peças de Corneille, além de outras de crítica literária; seis obras de Molière, L´Ecole de femmes, Le Dépit amoureux, L´Etourdi, entre outras; em 1664, de Mlle. Desjardins, Recueil de poésies, augmenté deplusieurs pièces et lettres; de Donneau de Vise, Les Diversités galantes; de Henriette de Coligny (contesse de La Suze) e de Paul Pelisson- Fontanier, Nouveua Recueil de pièces choisis contenant lettres galantes en prose et en vers; de Jean Racine, La Thébaide; de Paul Tallemant, Le seconde voyage de l´Ile d`amour; em 1665, de GASPAR Coligny, Mémoires; de Jean Corbinelli, Sentiments d`amour tires des meilleurs poètes modernes; de François, duc de La Rochefoucauld, Réflexions, ou Sentences et Maximes morales; em 1666, de Nicolas Boileau- Despréaux, Satires; de Cureau de La Chambre, L`Art de connaitres les hommes; de Antoine Furetière, Le Roman bourgeois; em 1667, reedição das Sátiras de Boileau-Despréaux<a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a>; de Adrien Thomas Perdou Subligny<a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>, La Muse dauphine [Reed explica que esta é uma outra edição da carta em verso a monsenhor Dauphine; de Tasso (tr. Michel de Clerc), La Jerusalém délivrée; em 1668, de Perret, Sapor, roi de Perse; de Racine, Andromaque; de Saint- Evremond, Oeuvres mêllées; de Torche, Le chien de Boulogne, ou L´Amant fidèle; de diversos autores, Pièces diverses, contenant Eclogues, Elégies, Stances, Madrigaux, Chansons, Epigrammes, traduction d`Horace et autres pièces; e, em 1669, persistem as Sátiras de Boileau; Le Journal amoureux de Mlle Desjardins; as Novelas galantes, cómicas e trágicas, de Donneau de Vise; as Lettres Portugaises, de Guilleragues [?]; 2ª edição das Lettres Portugaises, de Guilleragues [?]; Valentines, Questions d´Amour e autres pièces galantes, de Guilleragues [?]<a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>; Les amours de Psiché et de Cupidon, de La Fontaine; de Madeleine de Scudéry, La promenade de Versailles; Lettres Portugaises, 2ª parte, de um anónimo. Ao paradoxo desta última atribuição de Gervais Reed juntam-se outros. Em 1670, entre mais algumas obras de Boileau, Desjardins, Donneau de Vise, Saint-Evremonde outra edição das Lettres Portugaises de Guilleragues [?], aparecem umas Réponses aux Lettres Portugaises de autor anónimo, e, no ano seguinte, 1671, entre mais obras originais e reedições dos autores citados, como por exemplo a Bérénice de Jean Racine, surge, de um anónimo, a Relação histórica da descoberta da Ilha da Madeira que, como se sabe, e o texto di-lo, é da autoria de Francisco Alcoforado [desconhecemos se é mencionado o tradutor e, mais, se não poderia ser o mesmo das Cartas]. Já agora, completamos o percurso (REED, 1974, 97-101): em 1672, entre outras obras, sai a 3ª edição das Lettres Portugaises de Guilleragues, e, em 1673, a 2ª parte das Lettres Portugaises de um anónimo.<br />Em 1675, Claude Barbin edita Epitre à Monsieur de Guilleragues, uma longa Carta ao senhor de Guilleragues, de Boileau-Despréaux, na qual este autor, como amigo do presumível autor das Lettres Portugaises, não faz qualquer referência ao seu sucesso literário, embora o considere um conversador espirituoso que as damas não dispensam (uma espécie de circunspecto “animador cultural” de salão).<br />Apesar de considerarmos extremamente valioso o estudo de Reed, não comungamos da mesma opinião do autor quanto à atribuição controversa das Lettres Portugaises. Então, se a primeira edição é de Guilleragues; se a segunda parte é anónima; se a publicação que mistura obras de Guilleragues com as de outros autores, continua a ser de Guilleragues, em que ficamos?<br />Alguma coisa está mal. E, a primeira, é a de que Claude Barbin, nunca mencionou os nomes dos autores das obras referidas, afirmando sempre que a primeira edição das Cartas portuguesas, traduzidas para francês, é da autoria de uma religiosa portuguesa, de nome Mariana (que só peca por ser anónima porque não tem nome de família… o resto bate certo); depois, na tal segunda parte, Barbin também explica que são sete cartas de uma senhora não religiosa (d`une dame du monde) e que não se devem confundir com as anteriores; por fim, edita em simultâneo com esta segunda parte, As Valentinas, Questões de amor e outras peças galantes, também sem autor, e poderíamos entender que a colectânea era precisamente de um só autor, mas não é, pois Roger de Rabutin<a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a> (1618-1693), conde de Bussy, um antigo comandante de Chamilly (o presumível apaixonado de Mariana Alcoforado) é o autor das Questões de amor, restando provavelmente as outras, Valentinas e peças galantes, para Guilleragues. Todavia, as incongruências de Reed não ficam por aqui. O autor tinha conhecimento do Registo do Privilégio Real feito por Barbin, em 17 de Novembro de 1668, dando como de Guilleragues Les Valentines lettres portugaises Epigrames e Madrigaux. Não vemos aqui as Questões de amor de Rabutin, mas vemos as lettres portugaises, com letras minúsculas a distinguirem-se dos outros títulos e não deve ter sido por acaso que o registo foi feito assim. Julgamos que as iniciais maiúsculas definem as obras de Guilleragues e as minúsculas a sua tradução.<br />Ora, Gervais Reed atribui a Guilleragues as obras que lhe interessam, salvaguardando as incompletas investigações de F.C.Green (o descobridor, em 1926, do documento de Registo mencionado) e de Deloffre e Rougeot (1962). Capitula no mesmo método que os anti-alcoforadistas (os que não são pró atribuição das Cartas portuguesas a autor português e escritas em português), o método do paradoxo, da impossibilidade. Se o Registo atribui as Lettres a Guilleragues por que razão Reed só lhe atribui a primeira edição e as suas reedições e não a segunda parte que também são Lettres Portugaises? E as Respostas às Cartas, serão de quem? Não deve haver dois pesos e duas medidas. Barbin serve-se do mesmo Registo<a style="mso-footnote-id: ftn6" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn6" name="_ftnref6">[6]</a> para editar todas as Cartas, considera-as anónimas. Se alguém utiliza o Registo como fonte fidedigna para chegar a determinada conclusão, só tem que ser coerente. Um autor francês, Alain Viala (1985, 119;125-128), na sua obra Naissance de l`ecrivain[…], denuncia a prática seiscentista de se registarem vários títulos, como se fossem uma colectânea literária, de obras de diversos autores no nome de um só, para facilitar a impressão das obras que pudessem ser mais problemáticas, e dá como exemplo as Lettres Portugaises. Mais palavras para quê?<br />Ficamos com um cantinho (REED, 1974, 12) do local fantástico onde Claude Barbin tinha, em Paris, a sua livraria ( a letra A é o local preciso onde se situava a livraria de Claude Barbin, fazendo esquina, sobre uma loggia, num piso superior e exterior à Sainte-Chapelle, para a qual [loja] se subia pela segunda escadaria coberta – na face lateral da igreja e que sabemos a contorna até á entrada principal – a que se chamava de seconde Perron, letra B) e a reprodução de uma das suas edições<a style="mso-footnote-id: ftn7" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn7" name="_ftnref7">[7]</a>com a morada comercial do editor. A gravura da Sainte-Chapelle foi executada por André Perelle no fim do século XVII – o documento parcialmente reproduzido pertence à B.N.F. Est. Ve 15/4º, f.15.<br /><br />Publicado por Leonel borrela in <em>Diário do Alentejo, </em>em 28 de Setembro de 2007.<br /><br /><br /><br /><a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> REED, Gervais E. – Claude Barbin – Libraire de Paris sous le régne de Louis XIV. Genève- Paris: Libraire Droz, 1974. Vol. 5, colecção “Histoire et Civilisation du Livre”, pp.131.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> Nem referenciamos as obras de outros autores, igualmente importantes, nem às reedições da maioria das obras, realizadas de um ano para outro. Destacamos as obras que pelo seu conteúdo amoroso, além das de crítica, reflectem o caminho percorrido por Barbin na escolha das suas edições até às Lettres Portugaises. Embora nunca deixe este tema, as suas preocupações futuras atenderão cada vez mais as obras históricas, de viagens, ciência e moral religiosa. Barbin publicou mais de 600 obras de mais de duzentos autores. É obra!<br /><a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref3" name="_ftn3">[3]</a> Subligny é o advogado a quem também tem sido atribuída a tradução das Cartas Portuguesas para o idioma francês. Era bastante crítico em relação à sociedade do seu tempo; ainda criticou o Andromaco de Racine, depois ficaram amigos.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> O destaque bold das palavras é nosso.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref5" name="_ftn5">[5]</a> Roger de Rabutin era primo de Mme de Sévigné, a autora das Cartas a sua filha e a outras personalidades da época, publicadas postumamente, nas quais faz referência às Portugaises, as cartas apaixonadas da religiosa. Esta Senhora, mais uma amiga de Guilleragues, bem lhe podia ter feito justiça dizendo que as famosas cartas eram dele. Porém, nada.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn6" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref6" name="_ftn6">[6]</a> Temos consciência de que já abordámos em parte esta questão no Diário do Alentejo. É só mais esta vez...<br /><a style="mso-footnote-id: ftn7" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref7" name="_ftn7">[7]</a> SANTOS, José – “Descrição bibliográfica das edições das Cartas de Amor de Soror Mariana Alcoforado…”. Separata da Bibliografia Clássica Luso-Brasílica. Lisboa: Lusitana, 1918. p.9</div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5538688725704527573.post-32670353039539625272009-08-04T12:24:00.000-07:002009-08-04T13:32:36.061-07:00LETTRES PORTUGAISES MARIANA ALCOFORADO I<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-YkfsA1iUzMhLxa_yXu7RFFBnlltiyRaTZcayyWfNbbpm6ZZRGN-Tl1TohFS_eqQ1IYC18pupZNkw6_YgCtoVOIKcxlnUc7F4XC-WQmrZrfpp97ahLcJP25tH1KbESZu7R7hLUe90DBGb/s1600-h/postal+conv+concei%C3%A7ao+beja+1950.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 207px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366208667018417426" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-YkfsA1iUzMhLxa_yXu7RFFBnlltiyRaTZcayyWfNbbpm6ZZRGN-Tl1TohFS_eqQ1IYC18pupZNkw6_YgCtoVOIKcxlnUc7F4XC-WQmrZrfpp97ahLcJP25tH1KbESZu7R7hLUe90DBGb/s320/postal+conv+concei%C3%A7ao+beja+1950.jpg" /></a><br /><div align="justify">Das Lettres portugaises e Mariana Alcoforado<a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a><br /><br />Cremos que é imprescindível a leitura atenta de muitos livros para que possamos conhecer, apenas e razoavelmente bem, um único. A este porfiámo-lo durante anos a fio até que nos viesse parar à mão. É raro, mas não é único, nem haveria necessidade de sê-lo, apesar de ter sido responsável, a partir do século XVII, pelo desencadear de uma invulgar avalanche de edições: referimo-nos à edição princeps das Lettres Portugaises traduites en françois, de 184 pp., in 12º, impressa em Paris, por Claude Barbin, no ano de 1669. Este livrinho integra a colecção bibliográfica particular<a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn2" name="_ftnref2">[2]</a> que inventariámos para a realização de um estudo académico sobre a História do Livro e da Leitura através das “Lettres portugaises”.<br />A colecção, porém, não é totalmente bibliográfica, nem totalmente alcoforadina, pois compreende um complemento diversificado, que muito a enriquece, noutras áreas artísticas e iconográficas: fotografia, desenho e gravura, pintura e escultura, medalhística e esfragística, cerâmica, postal, cartaz e publicidade, cinema, áudio e documentário. Todavia, para este estudo, inventariámos cerca de 440 exemplares bibliográficos<a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn3" name="_ftnref3">[3]</a>, entre periódicos e não periódicos, e procedemos ao tratamento estatístico das variáveis mais importantes que nos permitem analisar com maior rigor a colecção nos seus aspectos quantitativo e qualitativo.<br />Embora o tema da pequena biblioteca seja cativante e mereça que dele se faça uma breve contextualização histórica, serve também de veículo para conhecer uma parte da evolução e dos atributos da imprensa entre as sociedades do Antigo Regime e a Contemporânea. Logo, esse livrinho único, a edição princeps das Lettres Portugaises<a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn4" name="_ftnref4">[4]</a>, integrado no seu conjunto seiscentista, que lhe haveria de acarrear maior fama, configura algumas mudanças interessantes na arte da impressão, da composição e na exploração comercial do seu conteúdo.<br />De todas as edições das Cartas Portuguesas, diacronicamente, poderíamos inferir do seu sucesso económico, dada a quantidade de reedições e versões em prosa, verso, drama e arte, aliada às críticas literária e social, com incursão activa na cultura e na política. Assim, as presumíveis Cartas de Amor da freira portuguesa foram também portadoras da mensagem irreverente de libertação das Três Marias<a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn5" name="_ftnref5">[5]</a>, relativamente ao papel da mulher portuguesa, e não só, no regime de Salazar e Caetano. Antes delas, já o general Humberto Delgado<a style="mso-footnote-id: ftn6" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn6" name="_ftnref6">[6]</a>, em 1964, tinha publicado no seu exílio brasileiro um importante ensaio, constantemente ignorado pelos estudiosos, sobre Mariana Alcoforado e a condição sofrível em que vivia a mulher em Portugal.<br />Apreciamos, evidentemente, a edição princeps das Cartas Portuguesas como raridade bibliográfica que tanto apraz aos bibliófilos, mas vemo-la, fundamentalmente, como fonte histórica, testemunho que as cartas originais, desaparecidas, não podem dar; admiramos na gravura concebida por Eisen e aberta a buril por Massard (1770) a tentativa de substituir a beleza das palavras; apercebemo-nos da permanente evolução dos elementos que estruturam o livro e, também, do apego deste à tradição, pela frequente utilização de capitulares, as grandes letras, quase sempre ornamentadas e encaixilhadas que no início do prefácio e do capítulo certificam bem o gosto e o hábito do passado manuscrito e iluminado dos códices.<br />Abrimo-nos ao espaço visível do livro, de memórias sem tempo – normalmente, os livros, têm vida, são um local de debate, galeria de arte e museu, uma boca de cena onde pulula o teatro da vida, onde pulsam os bastidores; são um diário devassado, recôndito, alvo de curiosíssimos olhares nada discretos; são um valioso testemunho da história; são, afinal, as polémicas Lettres Portugaises traduites en françois (sic), editadas pelo livreiro parisiense Claude Barbin (c.1628-1698), no dia 4 de Janeiro de 1669, um bom pretexto para falarmos da autenticidade do Livro no tempo, no espaço e na memória.<br />Não vamos afirmar que leitura e vida corriam paralelas, como no caso setecentista do comerciante Jean Ranson que estruturou a sua, após tomar como modelo a seguir as leituras de Rousseau<a style="mso-footnote-id: ftn7" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftn7" name="_ftnref7">[7]</a>, mas acreditamos que as Cartas Portuguesas, pelo elevado numero de edições, provam o quanto eram e são procuradas pelos leitores, provavelmente como uma necessidade vital de contrariar uma existência que ninguém deseja para si: a clausura e o desamor.<br />Publicado por Leonel Borrela In <em>Diário do Alentejo</em> de 31 de Agosto de 2007<br /><br /><a style="mso-footnote-id: ftn1" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref1" name="_ftn1">[1]</a> Este é o título do livrinho que temos em mãos para publicar, sob a chancela da editora 100Luz, no final deste mês de Setembro [saiu a publico em 29 de Setembro de 2007]. Grande parte deste texto introdutório resulta do trabalho académico de Seminário para a conclusão, em 2005, da licenciatura em História ramo do Património Cultural, da Universidade de Évora, sob a orientação do Professor Doutor Francisco António Lourenço Vaz.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn2" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref2" name="_ftn2">[2]</a> Trata-se da nossa colecção bibliográfica sobre as Lettres Portugaises e Mariana Alcoforado, religiosa que nasceu, viveu e morreu em Beja, considerada a sua presumível autora. Denominámo-la (à colecção) de Colecção Bibliográfica Alcoforadina ou, somente, Colecção Alcoforadina, mas o nome de Biblioteca Alcoforadina também teria razão de ser, dada a especialização do tema, embora pareça mais pretensioso.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn3" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref3" name="_ftn3"></a><br />[3] Desde o dia 5 de Abril de 2005 para cá já foram inventariados mais 45 exemplares… [já vão em 500].<br /><a style="mso-footnote-id: ftn4" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref4" name="_ftn4">[4]</a> Cartas Portuguesas ou somente Cartas será a denominação que utilizaremos com maior frequência doravante.<br /><br /><a style="mso-footnote-id: ftn5" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref5" name="_ftn5">[5]</a> BARRENO, M.I.; HORTA, M.T.; COSTA, M.V. – Novas cartas portuguesas. Lisboa: Futura, 1974. 2ª Ed.<br /><a style="mso-footnote-id: ftn6" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref6" name="_ftn6"></a><br />[6] DELGADO, Humberto – O infeliz amor de soror Mariana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. No ano seguinte, numa das suas visitas clandestinas a Portugal e a pretexto de um encontro forjado na raia, próximo de Badajoz, com elementos da oposição ao regime, Delgado é assassinado pela PIDE, juntamente com a sua secretária Arajaryr Campos. No monumento construído em sua memória no local para onde atiraram os dois corpos, no Camiño de los Malos Pasos, próximo de Vila Nueva del Fresno, não existe sequer uma pequena placa que homenageie a mulher que o acompanhava, cuja emancipação ele tanto defendia, razão porque vemos nalguns livros, como o da infeliz Mariana, monumentos mais úteis à sociedade, embora menos visíveis do que alguns monumentos [Arajaryr Campos foi, por fim, homenageada devidamente, em 2006].<br /><a style="mso-footnote-id: ftn7" title="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=5538688725704527573#_ftnref7" name="_ftn7">[7]</a> DARNTON, Roberto – “Historia de la Lectura”. In Formas de Hacer Historia. Madrid: Alianza Editorial, 1993. p.179 </div>Calandróniohttp://www.blogger.com/profile/03350168153328132943noreply@blogger.com0